Contingente feminino representa 56% dos profissionais na região, segundo dados da OAB cedidos ao ‘Diário’ por ocasião do Dia Nacional da categoria
ouça este conteúdo
|
readme
|
Dos 20.940 advogados inscritos em subseções da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) no Grande ABC, 56% são mulheres. Os dados foram apresentados com exclusividade ao Diário e celebram o Dia Nacional do Advogado, a ser comemorado amanhã.
Na região estão inscritas 11.676 profissionais – em um contingente feminino maior do que os 51% registros na Ordem da própria Capital. O balanço de advogados contempla seis das sete cidades do Grande ABC - dados de Rio Grande da Serra não foram cedidos à reportagem.
Segundo o levantamento, São Bernardo concentra o maior percentual de advogados e advogadas em todo Grande ABC, com 7.264 inscritos, o que consolida a cidade no Estado como a oitava com maior adensamento na atuação.
Santo André segue o movimento, com 6.881 advogados. Na cidade, considerando somente os estagiários do segmento, a predominância feminina é de 68%.
Para Patrícia Vanzolini, primeira mulher a presidir a OAB de São Paulo, este cenário confirma o futuro da profissão, mas também aponta para uma luta insistente contra preconceitos. “Mulheres enfrentam desafios em todas esferas da sociedade e, infelizmente, o desrespeito às advogadas, em especial, não é raro.”
Uma dessas inconsistências vai além do assédio e é fruto de um ‘estereótipo de gênero’, segundo Patrícia. “Isto (o estereótipo) as coloca em posições inferiores no trabalho, porque os números provam que, apesar de serem 56%, ocupam justamente a minoria nos cargos de liderança (...) O que deveria diferir um profissional da advocacia é sua competência, dedicação e estudos”, reflete.
SOLUÇÕES
Um dos desafios centrais encarados pela representante da Ordem diante das subseções do Grande ABC e estaduais é “acolher mulheres em sua totalidade: como profissionais, mas também mães, por exemplo”.
Nesse sentido, Patrícia quer inspirar o mercado jurídico com a implementação de ouvidoria voltada só a mulheres, novas regras de paridade de gênero nas indicações da OAB ao TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) e a criação de espaços para aleitamento materno e brinquedoteca nos pontos de atendimento da associação. “Ambientes de trabalho diversos são produtivos e lucrativos”, justifica.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.