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Produção de veículos em julho é a melhor desde outubro de 2019

Foram fabricadas 247 mil unidades durante o sétimo mês do ano; vendas de ônibus impactaram positivamente o resultado

Nilton Valentim
07/08/2024 | 21:53
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FOTO: Divulgação/GM


A indústria automobilística iniciou o segundo semestre com boas perspectivas. Em julho foram produzidas 247 mil unidades, o que representa alta de 17% em relação a junho. Além disso, é a melhor marca do setor desde outubro de 2019. Desde o início do ano foram fabricados 1,385 milhão do ano, superando em 5,3% os primeiros sete meses de 2023. Os números foram divulgados ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). 

O consumo interno foi o principal combustível do setor. Em julho, 242 mil veículos foram emplacados. “Foi um volume tão relevante que superou até o mês de julho do ano passado, que havia sido fortemente impulsionado pela MP 1.175 do governo federal, aquela que oferecia descontos para a compra de carros zero”, comemorou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Mereceu destaque a elevação de 43,3% nos emplacamentos de ônibus, segmento que vinha tendo uma produção muito elevada, mas sem o mesmo efeito nas vendas. “Agora os estoques começam a escoar por conta de programas como o Caminho da Escola e renovações de frotas em ano de eleições municipais, projetando um segundo semestre muito positivo para o transporte público no País”, afirmou Leite.

Já as exportações chegaram a um total de 204,4 mil unidades, 21,7% abaixo dos sete primeiros meses do ano passado. Isso apesar de julho ter representado o melhor mês do ano, com 39,1 mil unidades embarcadas, 35% a mais que em junho. Esse bom volume no mês foi influenciado pela concentração de embarques e pela entrega de veículos que aguardavam autopeças produzidas no Rio Grande do Sul.

A Anfavea aguarda retorno por parte do governo federal para o pedido de elevação imediata do imposto de importação sobre carros híbridos e elétricos. Leite reconheceu que nãose  trata de uma questão tão simples, e que envolve diversos ministérios e órgãos dentro do governo, mas reforçou que a expectativa é que o pedido seja tratado “da melhor maneira possível”.

CHINESES

Em julho, as importações de veículos somaram 41 mil unidades. Na comparação com junho, as importações cresceram 7,0%. Segundo a Anfavea, desde o início do ano, 62 mil carros chineses chegaram ao Brasil, sendo 59 mil híbridos ou elétricos. 

INTERLAGOS

São Paulo recebe neste fim de semana a segunda edição do Festival Interlagos, no qual as montadoras exibem veículos, com opções de pilotagem e outras experiências. Evento preenche o espaço deixado pelo Salão do Automóvel, que não é realizado desde 2018 e que a Anfavea tem interesse de retomar.

''''Lição para o Grande ABC''''

Segundo o professor e coordenador do projeto de Consultoria Estratégica de Negócios na Strong Business School, Valmir Aparecido Conde, os dados dão vez a uma oportunidade para que o pioneirismo se fortaleça no Grande ABC - conhecido nacionalmente por abrigar empresas importantes do segmento automotivo. "De fato algumas companhias têm reduzido suas operações ou fechado fábricas. Para ir de encontro a isso, considero relevante a região acompanhar a transformação da indústria da mobilidade, ou seja, avaliar cada vez mais uma transição para veículos elétricos - o que já é uma realidade crescente." 

Em levantamento divulgado em junho ao Diário, o Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) apurou que o Grande ABC obtém, desde o último levantamento de 2021, uma parcela de 13,57% da produção nacional de veículos - sendo apenas São Bernardo responsável por 9,72%. 

"É claro que o crescimento da produção de automóveis no País e aqui no Grande ABC dependerá de um conjunto complexo de fatores macroeconômicos e setoriais. Portanto, para as cidades, manter uma economia estável, promover políticas de incentivo enquanto atender as demandas de sustentabilidade, assim como investir em tecnologia e infraestrutura, deve ajudar e muito", destaca o especialista. 

(Colaborou Lays Bento)




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