Futuro da atual gestão está nas mãos dos vereadores; prefeito já não tem maioria folgada
ouça este conteúdo
|
readme
|
Na reta final de seu segundo mandato, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), pode deixar o Paço antes mesmo do dia 31 de dezembro. Isso porque o pedido de impeachment contra o tucano protocolado no dia 10 de julho na Câmara deve ser analisado e colocado em votação. Em linhas gerais, o chefe do Executivo fica nas mãos dos vereadores, de quem o tucano já não tem maioria folgada. O documento, elaborado por meio de iniciativa popular, deve começar a ser apreciado no retorno do recesso parlamentar, em 1º de agosto. “Será necessário realizar estudo técnico detalhado para verificar se o pedido atende os requisitos legais para fins de prosseguimento”, diz nota da Câmara, presidida por Danilo Lima (Podemos).
O pedido de cassação é mais um desgaste para a atual gestão e, se for levado à frente, será apenas a segunda grande derrota de Morando em oito anos no comando do Paço são-bernardense. O primeiro revés do tucano ocorreu no final de abril, quando os vereadores aprovaram a convocação do secretário de Saúde, Geraldo Reple Sobrinho, para dar esclarecimentos sobre o caos no Hospital da Mulher.
Diversos erros médicos, negligências, morte e danos a pacientes foram registrados no complexo hospitalar. Na época, a relação do chefe do Executivo com a Casa começava a estremecer. Cerca de um mês antes, dos 28 vereadores, 13 anunciaram apoio à pré-candidatura do ex-vice-prefeito Marcelo Lima (Podemos) ao Executivo municipal. No fim de abril, Morando anunciou sua primeira-sobrinha, Flávia Morando (União Brasil), como pré-candidata do grupo governista a sua sucessão.
Justamente a crise na Saúde, somada à acusação contra Morando no escopo da Operação Prato Feito – ação que apura esquema de desvio de recursos na merenda escolar que, supostamente, teria favorecido o prefeito com ao menos R$ 600 mil –, embasam o pedido de impeachment.
PEDIDOS
O pedido de cassação protocolado no dia 10 por Viviane Santos de Aguiar, moradora do bairro Jardim Nossa Senhora de Fátima – que traz a tese de que Morando infringiu reiteradamente vários dispositivos legais, o que deixa nítido o “favorecimento particular”, resultando em “descalabro financeiro e comprometendo severamente os cofres públicos” – não é o único. O prefeito foi alvo de outros cinco pedidos do gênero.
Do total de pedidos de impeachment, quatro foram apresentados em 2019, final do primeiro mandato do tucano. Destes, dois foram rejeitados pela maioria dos vereadores após votação em plenário. Em 2020, outro pedido chegou a ser apresentado, mas não se sustentou.
O prefeito Orlando Morando foi procurado para comentar sobre o pedido de impeachment, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.