O senador João Capiberibe (PSB-AP) e sua mulher, deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP), protestaram nesta sexta-feira no Congresso contra a cassação de seus mandatos. O STF (Supremo Tribunal Federal) confirmou na quinta a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que condenou o casal acusado de compra de votos.

João Capiberibe apareceu no plenário do Senado com uma fita adesiva colada à boca. Ele sentou-se na terceira bancada e ficou apenas ouvindo os discursos dos senadores que se sucediam na tribuna. O senador cassado não deu declarações à imprensa.

Já Janete fez um pronunciamento na Câmara e acusou o senador José Sarney (PMDB-AP) de ser o articulador da cassação do seu mandato e do de seu marido. Ela lamentou o momento em que a decisão do STF foi divulgada.

"Vemo-nos cassados justamente num momento de crise política no país, no qual nossos nomes e histórias podem vir a ser confundidos com os de muitos oportunistas que atravessam o país carregando dinheiro em malas ou cuecas ou com outros envolvidos no escândalo do mensalão", disse.

A deputada também lembrou a trajetória política do casal depois do exílio durante a ditadura militar. Ela terminou o discurso reafirmando seu compromisso de luta com as causas populares. "Não vou nunca esmorecer, quando o assunto são os direitos do povo e o avanço da sociedade brasileira".

Compra de votos- O casal Capiberibe foi cassado no fim de 2004 pelo TSE e permanecia no exercício do mandato graças a uma liminar concedida pelo STF. As cassações se basearam no testemunho de duas mulheres que disseram ter recebido R$ 26 cada uma para votar no casal nas eleições de 2002.

João e Janete Capiberibe não perdem seus direitos políticos e podem se candidatar nas eleições do próximo ano.