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A Recap (Refinaria de Capuava) da Petrobras terá de pagar multa de R$ 282,8 mil por ter lançado pó branco sobre as residências de Mauá, assustando os moradores da cidade. O valor, convenhamos, é irrisório e não fará diferença alguma nos cofres da empresa. Muito menos exercerá a mínima pressão para que a companhia tome providências no sentido de evitar que novos incidentes como o da noite de 25 de maio voltem a acontecer.
Chega a soar estranho uma quantia tão baixa, visto que a própria Cetesb, em nota enviada a este Diário, enfatiza que a multa se deu pela “emissão de material particulado na atmosfera, o que pode tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, além de causar inconvenientes ao bem-estar público”. Ou seja, embora aplique punição quase inócua, o órgão reconhece a gravidade do ocorrido.
A médica Angela Zaccarelli, que estuda os impactos do Polo Petroquímico no Grande ABC há pelo menos três décadas, demonstra preocupação tanto com a ‘geada química’ quanto com a ‘penalização’ da Cestesb, que ela considerou muito branda. A profissional destaca que pessoas preferem deixar as suas casas e se mudar por causa de problemas nas vias aéreas superiores e inferiores, como asma, doenças de pele e olhos. Ela ressalta que ainda não se sabe quais elementos estavam presentes no pó que se acumulou sobre os vidros dos carros, quintais e telhados das moradias.
Bem mais do que a punição financeira minguada, o que vale na notificação da Cetesb é a indicação de que a Recap, de imediato, deverá “tomar medidas de controle para eliminar a emissão de material particulado proveniente do processo de craqueamento catalítico na atmosfera; e apresentar plano com cronograma de implantação de medidas de controle ambiental adicionais, para corrigir definitivamente as falhas que têm causado eventos de poluição”.
O que a população do Grande ABC espera é que isso realmente seja cumprido, uma vez que, anteriormente, duas multas já foram aplicadas, em 16 de maio de 2022 e em 25 de abril deste ano, mas o problema se repetiu.
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