O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI) afirmou nesta segunda-feira que irá unificar as três ‘contas ocultas' do Senado, que somam R$ 160 milhões e que não fariam parte da contabilidade oficial da casa e do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal).

De acordo com reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, as contas ocultas, criadas em 1997 na gestão do então presidente Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), eram administradas pelo ex-diretor geral Agaciel Maia e movimentadas constantemente. "As retiradas são realizadas sem controle e não há qualquer prestação de contas dos saques", segundo o jornal.

Esses recursos eram provenientes de contribuições feitas por servidores ao SIS (Sistema Integrado de Saúde) da Casa, para cobertura de despesas médicas. As contas seriam fiscalizadas por uma comissão de 11 servidores indicados por Agaciel. A comissão, de acordo com Heráclito, não estava funcionando.

O senador disse que poderá haver auditoria, caso sejam verificadas irregularidades na gestão de tais contas. "Toda a gestão, a partir de agora, é compartilhada, com divisão de tarefas e transparência, com a participação da Mesa Diretora, para evitar absolutismo na gestão da Casa", frisou ele.

Heráclito Fortes disse ainda que o Conselho de Administração do Senado deverá tratar das questões relativas ao SIS como um dos principais temas em sua reunião desta terça-feira (7). O conselho foi criado há 15 anos, mas permanecia sem se reunir fazia 14 anos.

Em relação a outra denúncia de irregularidade na Casa, os chamados "atos secretos" - ações como nomeações não publicadas nos boletins administrativos - Heráclito Fortes concorda com a decisão do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de abrir processo contra o ex-diretor-geral Agaciel Maia e o ex-diretor de Recursos humanos João Carlos Zoghbi.

Na opinião do 1º secretário, esse assunto "tem de ser passado a limpo".