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Protestos marcam o sete de setembro
Do Diário do Grande ABC
07/09/2000 | 19:47
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A sexta ediçao do Grito dos Excluídos, com o tema Progresso e Vida: Pátria sem Dívida, e o plebiscito sobre a dívida externa, convocado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, transformaram nesta quinta vários Estados do país em um grande palco político.

No Santuário Nacional de Aparecida, as tradicionais bandeirolas com a imagem da santa exibiram uma nota de um dólar e dizeres contra o pagamento da dívida externa. Apesar dos religiosos reforçarem o caráter evangélico da manifestaçao, o cardeal-arcebispo da cidade, dom Aloísio Lorscheider, deu o tom do encontro em seu sermao, na missa das 10h e que reuniu cerca de 40 mil pessoas. "Nós ainda nao podemos festejar a independência e a liberdade do país nesta data", afirmou. Segundo a direçao da basílica, 85 mil romeiros visitaram o local no dia da independência.

Em Campinas, cerca de três mil pessoas participaram do Grito dos Excluídos, que encerrou o desfile do Dia da Independência em Campinas. Depois das apresentaçoes de quatro mil integrantes do Exército, escolas e entidades da cidade, entraram na avenida Francisco Glicério os blocos dos insatisfeitos com a falta de emprego, de moradia e com a dívida externa.

Os blocos realizaram várias coreografias para denunciar a falta de alimentaçao, saúde, educaçao, moradia e emprego. Um dos destaques foi o bloco dos esfarrapados. O grupo era formado por homens, mulheres e crianças maltrapilhos carregando às costas sacos pesados, representando o povo e a dívida externa.

Sob o grito de protesto "ora, fora daqui, FHC e FMI", o Grito dos Excluídos, liderado pela CUT e sindicatos do Rio, levava pouco mais de 100 pessoas a caminhar pela avenida Presidente Vargas, após o término da Parada Militar. A frente do grupo estavam 13 crianças com enormes cifroes colados ao corpo, que, de acordo com os manifestantes, simbolizavam as 13 crianças que morrem no mundo por segundo.

Os paranaenses também aproveitaram para protestar contra a privatizaçao do Banco do Estado do Paraná (Banestado) durante a passeata do Grito dos Excluídos, realizada no Bairro de Orleans, a cerca de 15 km do centro de Curitiba. Aproximadamente mil pessoas, entre sindicalistas, políticos e membros do Movimento dos Sem-Terra e de pastorais católicas participaram do ato.

Durante o trajeto, houve uma parada em frente a uma agência do Banestado, com discursos e gritos contrários à privatizaçao do banco, cujo leilao está marcado para 17 de outubro. A passeata foi pacífica, com policiais ajudando apenas na organizaçao do trânsito.

O resultado do plebiscito sobre a dívida externa será levado no próximo dia 13 à Câmara dos Deputados, em Brasília.




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