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Itaú Corretora: perspectiva para a bolsa é boa em 2007
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
19/12/2006 | 22:41
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Se tudo continuar como está, 2007 promete bons resultados para o mercado de capitais brasileiro. A análise é do estrategista da Itaú Corretora Tomás Awad e Júlio Ziegelmann, diretor de Pessoas Físicas da instituição. “Com a continuidade da queda de taxa de juros, a perspectiva do Brasil virar investment grade nos próximos anos e a persistente liquidez internacional, a bolsa deve manter um papel de destaque em 2007”, prevêem os analistas.

O investment grade, também conhecido como ‘grau de investimento’, é uma classificação dada por agências internacionais relativa à capacidade do país dar retorno aos investimentos feitos. O caminho em direção a essa classificação já está pavimentado e em 2007 a queda no Risco-País deixará essa melhora ainda mais visível. “O Risco-País no México é perto de 100 pontos básicos. O México já é investment grade de acordo com a classificação das agências de rating mais conhecidas”, lembram os analistas. “O Brasil deve caminhar para uma classificação do gênero nos próximos 3 a 4 anos, o que significa que deveremos ver o Risco-Brasil convergir para perto de 100 pontos neste período. Isto deve começar a ocorrer em 2007.” Para entender, divida 100 pontos básicos por 100 e terá 1%. Essa é a taxa que um título de país emergente paga a mais sobre os títulos do Tesouro dos EUA, que está em 5,5%, Portanto, os emergentes pagam 6,5%.

Risco Mundial - De acordo com a Itaú Corretora, se há algo que ameaça a Bolsa são as interferências externas. “O principal risco continua a ser o cenário para economia global”, advertem Awad e Ziegelmann.

Nesse quesito, a economia dos Estados Unidos deve estar sempre no campo de visão. “Os indicadores da economia americana estão dúbios. O lado de construção e venda de residências mostra desaceleração significativa, mas os demais dados de consumo continuam bem saudáveis”, dizem os analistas.

“A posição que os EUA têm hoje no mercado internacional viabiliza o financiamento de seus déficits, dando tempo para que eles sejam solucionados”, explicam Awad e Ziegelmann. “Portanto vamos conviver nos próximos anos com preocupações advindas desta situação. Uma desaceleração mais significativa da economia chinesa, por exemplo, poderia criar dificuldades para a economia americana.”

Ainda assim, os analistas afirmam que o cenário mais provável é que a situação dos EUA seja resolvida aos poucos, “sem grandes problemas durante os próximos anos”.

Juros - A situação também é favorável por aqui. A expectativa para a taxa básica de juros continuará sendo de queda. A Itaú Corretora espera que a taxa Selic encerre 2007 em 11%. Assim, os setores ligados ao crédito continuam em destaque, como em 2006 – o que ajuda a situação de segmentos específicos, como o de construção.

Para os analistas, isso vai criar a necessidade do investidor se ajustar ao mercado. “O brasileiro está acostumado a obter retornos muito atrativos em investimentos de baixa volatilidade, como os fundos de renda fixa. Este cenário está sendo alterado dramaticamente com a queda de taxa de juros”, explicam. “Para continuar obtendo retornos desta magnitude vai ser necessário assumir mais risco. Portanto, cremos que os fundos de renda fixa vão perder espaço para os fundos multimercados e, principalmente, para investimentos em ações”, dizem Awad e Ziegelmann.

De acordo com o diretor e o estrategista da Itaú Corretora, esse cenário exige, mais do que nunca, diversificar os investimentos. “O investidor deveria separar os recursos de longo prazo – aquele que está economizando para garantir seu futuro – e diminuir a alocação que ele provavelmente tem hoje em renda fixa, colocando em investimentos mais agressivos, especialmente em bolsa, construindo uma carteira também diversificada de ações com parte destes recursos”, explicam Awad e Ziegelmann.

Os analistas também orientam os investidores iniciantes. “Deve-se começar pela definição de um percentual dos investimentos totais a serem alocados em bolsa. Este percentual dependerá do perfil do investidor e, principalmente, do prazo esperado para o investimento”, explicam. “Disciplina é fundamental para obter sucesso na bolsa. Isso significa que aquela alocação inicialmente definida deve ser uma referência importante a ser observada ao longo do tempo.”



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