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Diante de inflação, temos de esperar para ver na política monetária, diz Goolsbee, do Fed
10/05/2024 | 15:38
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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou nesta sexta-feira, 10, que, diante da alta recente na inflação, é prudente esperar mais para ver os próximos passos na política monetária. Em conversa durante evento do Clube Econômico de Minnesota, ele comentou que o dado de inflação de janeiro foi "particularmente ruim", mas também avaliou que não daria tanto peso a dados recentes apenas, ressaltando que "temos feito muito progresso" rumo à meta de 2%.

Sem direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, Goolsbee foi questionado sobre a alta nas expectativas de inflação nos EUA, vista mais cedo em pesquisa da Universidade de Michigan. Ele minimizou a importância da alta e destacou que o mais importante é a expectativa para a inflação no longo prazo. "A visão disseminada não é de que a inflação está decolando nos EUA", reforçou.

Goolsbee disse não ver agora muitos evidências de que a inflação possa estar "estagnada" em cerca de 3%, e reforçou que o Fed atingirá sua meta de 2%, rechaçando a possibilidade de alterá-la para 3%, ao ser questionado. Na avaliação dele, a política monetária atual é "relativamente restrita" e a inflação está caindo, mesmo diante de "solavanco" recente, sobretudo em janeiro.

O dirigente afirmou que, caso a política siga apertada por muito tempo, será preciso pensar também no lado do emprego, no duplo mandato do Fed de máximo emprego e estabilidade de preços. Mas também reforçou que o maior foco agora é, como era de se esperar, a inflação.

O presidente do Fed de Chicago disse estar particularmente atento neste momento à inflação no setor imobiliário. Segundo ele, caso ela perca fôlego, esse será um sinal importante de que se caminha para atingir a meta de 2%, porém se ela perdurar em nível elevado isso pode significar a necessidade de um ajuste na postura do Fed.

Goolsbee ainda comentou que, na sua avaliação, as cadeias de produção nos EUA estão "em grande medida consertadas", mas acrescentou que alguns dos benefícios do crescimento na oferta de trabalho podem perdurar durante o ano atual.

Contato: gabriel.costa@estadao.com




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