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Nardini na UTI
Redação
13/04/2024 | 03:10
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 “Em alguns dias não temos cadeiras de rodas e macas para transportar os pacientes.” A revelação de Lívia Machado Cerveira de Oliveira, diretora técnica do Hospital Municipal Dr. Radamés Nardini, em Mauá, evidencia a grave situação vivida pela unidade de saúde responsável por atender não só os moradores da cidade do Grande ABC, mas também de municípios vizinhos, como Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, e da Capital, além de vítimas de acidentes em estradas como o Rodoanel Mário Covas e a Índio Tibiriçá, que cortam a região. 

A estrutura disponível para atender os pacientes tem custo mensal de R$ 10 milhões, montante que pesa, e muito, no Orçamento da administração do prefeito Marcelo Oliveira (PT). Tanto que, após solicitação do Paço, em dezembro de 2023 o secretário estadual de Saúde, Eleuses Paiva, se comprometeu a enviar por um ano a quantia mensal de R$ 1,5 milhão à gestão municipal. Mas quatro meses se passaram e, até agora, nada do dinheiro.

A necessidade de socorro ao Nardini fica evidente em números. Das 1.200 internações computadas mensalmente no hospital de Mauá, 240 são de pacientes de Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Capital e até de municípios mais distantes, como é o caso do aposentado Jamil Thami, 70 anos, relatado na edição de hoje deste Diário. O morador de Taubaté, a 150 km de distância, passou mal durante visita a familiares em Ribeirão Pires e foi internado no equipamento.

Se levados em conta outros dados referentes ao funcionamento do centro de saúde a gravidade da situação se acentua. Os atendimentos médicos chegam a 8.200 por mês, sendo que 15% (1.230) dessas pessoas não moram em Mauá e muito menos no Grande ABC. O volume de atendimentos ambulatoriais é de 1.800 casos mensais, também com 15%, ou 270, de pacientes de fora das setecidades.

Diante desse cenário, o recurso prometido pelo secretário mostra-se fundamental para evitar que, em futuro próximo, o Nardini também não tenha que lutar pela sobrevivência.




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