A cada dois dias uma pessoa perdeu a vida no trânsito do Grande ABC. A triste estatística escancara este grave problema que, nos 29 dias de fevereiro, deixou 17 mortos. O que representa aumento de 70% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando dez vítimas fatais foram contabilizadas na região.

Os números levantados pelo InfoSiga, sistema de monitoramento do governo estadual gerenciado pelo Detran-SP (Departamento de Trânsito de São Paulo), não deixam dúvidas de que algo precisa ser feito rapidamente para estancar este mal, que, na maioria das vezes, é causado pela imperícia ou pela irresponsabilidade de condutores mal preparados (ou seria mal-intencionados?), que transformam em armas os veículos que conduzem.

Vale lembrar que cada vez mais a indústria se aperfeiçoa em questões de segurança, equipando os automóveis com sistemas voltados à garantia da vida de seus ocupantes e até mesmo de pedestres em caso de colisões. Dessa forma, o xis da questão está na melhora da formação dos motoristas ou mesmo das vias por onde eles circulam. Especialista ouvido pela equipe de reportagem deste Diário atesta que a engenharia de tráfego é incentivadora da velocidade, assim como o formato da via, daí a necessidade de fazer algumas correções.

Durante o mês de fevereiro ocorreram 579 acidentes no Grande ABC. São quase 20 a cada dia! Ou, em média, três em cada um dos sete municípios. Por isso, esse mesmo especialista reforça a necessidade de ações robustas para elevar a segurança de condutores e pedestres. E isso não se limita a campanhas de conscientização, mas também na melhoria da infraestrutura das vias.

Ruas e avenidas foram projetadas com o intuito de facilitar os deslocamentos de pessoas e de bens. Jamais para serem agentes de sofrimento causados por mortes ou mesmo lesões graves. É necessário priorizar a mobilidade e colocar fim à mortalidade.