A notícia causa consternação. Na tarde de domingo chega à Redação deste Diário a informação de que um paciente havia despencado do nono andar do Hospital Dra. Zilda Arns Neumann, no bairro Piraporinha, em Diadema – a unidade de saúde municipal é gerida pela administração do prefeito José de Filippi Júnior (PT). 

A notícia não tão fácil de ser assimilada se torna trágica diante da confirmação da morte de um jovem de 27 anos. Novos relatos são transmitidos aos jornalistas e fica difícil não se revoltar com o desdobramento de uma delas: a vítima era portadora de esquizofrenia e estava internada havia duas semanas na ala psiquiátrica do hospital. Pior: o setor responsável por atender pacientes com distúrbios psicológicos está situado no nono andar de uma estrutura com dez no total. Isso mesmo, nono andar. Uma decisão, no mínimo, irresponsável de quem assim definiu, para não dizer criminosa.

Para complicar, as grades instaladas no local são de alumínio, frágeis, como constatou o vereador de Diadema Eduardo Minas (Pros), que esteve no local. Ele verificou também que no banheiro existe um vão na grade de proteção da janela que possibilita o acesso de qualquer pessoa. Algo inaceitável em qualquer instalação médica, seja ela particular ou pública. 

Tanto Minas como Kaio Felipe, irmão da vítima, revelaram a vontade do paciente morto de fugir do local. Mas é mais fácil escancarar ‘suicídio’ no Boletim de Ocorrência, sem nenhuma apuração mais sólida, do que apurar a fundo o que ocorreu na tarde de domingo e apontar o responsável pelo ocorrido. E ele tem nome e endereço certo. Basta averiguar.

Como relatou Kaio Felipe nas redes sociais, no hospital existem outras pessoas com problemas similares, ou até piores, do que os de seu irmão. “São seres humanos. Não é legal o descaso dessa forma”, afirmou, consternado. Que o recado seja assimilado pelo Paço de Diadema para que situações lamentáveis como a do último domingo não voltem a se repetir. É o mínimo a se exigir.