Setecidades Titulo Apenas vítima demitida
Médico de S.Bernardo é investigado por importunação sexual

Com histórico de acusações na carreira, ginecologista foi denunciado por enfermeira que trabalhava na Policlínica Alvarenga; vítima acabou demitida

Beatriz Mirelle
26/03/2024 | 08:29
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FOTO: Omar Matsumoto/PMSBC


O médico ginecologista Rogerio Pedreiro é investigado por importunação sexual contra uma enfermeira da Policlínica Alvarenga, em São Bernardo, que foi demitida pouco tempo depois de realizar a denúncia. Com histórico de acusações, ele já foi preso em 2012 e 2019, suspeito de abusar de pacientes. O caso ocorrido na região é apurado pela DDM (Delegacia da Mulher) são-bernardense.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo afirmou que a Polícia Civil investiga atualmente dois casos de importunação sexual, registrados nos últimos dias 4 e 22 de março, na mesma unidade contra o médico. O depoimento da enfermeira relata que o homem a ofendia com comentários de cunho sexual. No Boletim de Ocorrência, ela disse que inicialmente não comunicou aos superiores por se sentir acuada pelo fato de Rogerio Pedreiro ser médico. 

Já no último dia 29 de fevereiro, ela estava na sala de ultrassom da policlínica quando Rogerio se aproximou e tocou em partes íntimas dela. “A vítima relata que pediu para que o autor se afastasse e disse que iria denunciá-lo. O autor balançou os ombros em tom de deboche e se afastou”, diz o boletim. Ela reportou o ocorrido para suas superiores, que a aconselharam a registrar Boletim de Ocorrência contra o autor. 

Contratada em janeiro para trabalhar na policlínica, ela foi demitida pouco tempo após realizar a denúncia. Em entrevista à Universa UOL, a Sigma, empresa responsável pela contratação da enfermeira e do médico, explicou que a demissão da vítima não teve ligação com a denúncia. 

“Houve casos com duas funcionárias. O médico foi afastado. Ele já trabalhava na Policlínica há dois anos fazendo todos os tipos de ultrassom, como transvaginal e de mama. Também realizava exames em crianças. Era um profissional bem quieto, mas, com essa enfermeira que foi demitida, ele a perseguia desde o começo, com piadinhas, falava mal do trabalho dela. Achávamos estranho. Depois que aconteceu a primeira denúncia, outra funcionária disse que também era vítima de comentários de cunho sexual por parte dele e não reportava aos superiores por medo”, disse a fonte do Diário, que preferiu não se identificar. Ao UOL, a Sigma declarou que a demissão da mulher foi “mudança em quadro de funcionários”. “Mas só ela foi desligada. A clínica tem duas salas de ultrassom, que era onde ela trabalhava. Agora, vão aumentar para quatro. Nem temos tantos funcionários.”

A Prefeitura de São Bernardo disse ao UOL que solicitou que “medidas cabíveis fossem tomadas em relação à Fundação ABC, responsável pela contratação da Sigma”. 

O Diário questionou a gestão municipal e a Fundação ABC a respeito do caso, mas não obteve retorno até o fechamento a edição. “Quando fui contratada, pediram documento de antecedentes criminais. Não solicitaram o dele? A maioria dos funcionários é mulher e nos colocaram em perigo”, diz a fonte. 

OUTROS CASOS 

O ginecologista Rogério Pedreiro foi preso em 2012 suspeito de abusar sexual de duas pacientes (mãe e filha) durante atendimento no então consultório dele na Zona Sul. Além dessas duas vítimas da Capital e duas no Grande ABC, ele já foi denunciado por ter molestado mais seis mulheres. 

Em abril de 2019, o médico acabou preso novamente na Zona Sul. Na época, ele estava foragido há quase dois meses e foi identificado ao passar em um radar inteligente. Apesar das denúncias, ele continuou trabalhando normalmente. 




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