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Pais reclamam da falta de pediatras em Diadema

Segundo denúncias, Pronto-Socorro Central tem carência de médicos e de remédios na ala de internação para menores

Renan Soares
19/03/2024 | 09:19
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FOTO: Celso Luiz/DGABC


O fim de semana foi de sufoco para moradores de Diadema que necessitaram do serviço público de saúde para seus filhos. Segundo denúncias, o Pronto-Socorro Central enfrenta falta de médicos e medicamentos na ala de internação de pediatria. Além disso, o local não teria ar-condicionado, o que gerou desconforto para familiares e pacientes devido às altas temperaturas registradas nos últimos dias em diversas regiões do Grande ABC e, também, do País.

O empresário Henrique Barreto, 33 anos, chegou ao hospital com a filha, de apenas 26 dias, por volta das 11h da última sexta-feira. A recém-nascida passou por série de exames antes de ser internada devido à perda de peso. No primeiro dia, tudo ocorreu normalmente, mas no sábado os problemas começaram. Durante a noite, o pai relata que o espaço não tinha médicos, cenário semelhante ao encontrado até o início da tarde de domingo.

“Eles então tiraram médicos da parte de baixo para levar para pediatria, ou seja, ‘cobertor curto’, pois desfalcam outras pessoas que precisam de atendimento”, explicou Barreto, ontem. “Quando cheguei à recepção disse que gostaria de falar com a diretora do hospital e a resposta foi ‘não tem’. Não tem ninguém que responda pelo lugar caso aconteça alguma coisa?”, questiona o empresário, ao destacar que o atendimento somente aconteceu após cobrança do vereador Eduardo Minas (Progressistas), que foi ao local diante das denúncias. A filha teve alta nesta segunda-feira.

A auxiliar fiscal Priscila Sampaio, 31, tem um filho de 5 anos que também necessitou de atendimento no período. Segundo ela, a alegação era que havia “três médicos atendendo no Pronto-Socorro e como a demanda estava alta, atrasou a visita do médico aos pacientes que estão internados”. Priscila, porém, afirma que a chegada do médico aconteceu somente no domingo à tarde, assim como relatado por Henrique Barreto.

“Meu filho está internado desde a sexta-feira. No sábado à noite ficamos sem médico. Só que não tinha como fazer uma reclamação, porque não havia ninguém da direção. Fora que as crianças ficam enjoadas porque nesse calor nem ventilador tem e acabam se sentindo pior”, alegou a mãe. O fato também é apontado pela auxiliar de produção Luciana Ribeiro, 40, que que precisou retirar parte da roupa da filha de 1 ano por causa do calor.

Luciana estava com a com a filha na unidade de saúde desde a quinta-feira (14) pela manhã, já que a menor apresentou sintomas de virose. Após o período sem médicos, entre a noite de sábado e a tarde de domingo, foi receitado um remédio para a menina, porém, o medicamento não estava disponível na unidade, fazendo com que a mãe tivesse de desembolsar uma quantia para a compra. “Pouca vergonha ter que comprar um remédio para dar para a criança, porque no hospital não tem”, disse a mãe. A filha também teve alta após tomar a medicação.

O Diário esteve no local ontem e constatou grande quantidade de mães e crianças à espera de atendimento, no segundo andar do pronto-socorro. A Prefeitura de Diadema afirmou ao Diário que, no plantão diurno do Pronto-Socorro Central, no domingo, a escala era de três pediatras para atendimento das Urgências e Emergência e um pediatra para enfermaria do 2º andar. 

“Entretanto, o profissional escalado para a enfermaria faltou devido a uma questão de saúde e a escala foi readequada para dois pediatras para atendimento das Urgências e Emergência e um pediatra para enfermaria (visita de pacientes internados)”, diz a nota. Em relação ao medicamento, o Paço afirma que a medicação prescrita pela médica que atendeu Luciana e a filha não consta da relação municipal de medicamentos. 




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