Política Titulo Contas públicas
Dívida da Prefeitura subiu 126% sob administração de Auricchio

Fabio Palacio aponta deficit de quase R$ 1 bilhão entre 2021 e 2023

Wilson Guardia
19/03/2024 | 07:46
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FOTO: Celso Luiz/DGABC


A dívida pública de São Caetano entre 2021 e 2023, período que envolve parte do quarto mandato do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), mais que dobrou. O crescimento foi de 126%. Os débitos saltaram de R$ 327.577.213,10 para R$ 741.212.029,17. O cálculo considera, também, a contratação de empréstimos já aprovados e ainda não depositados na conta da Prefeitura. Os números foram compilados no Tesouro Nacional.

O alto endividamento da cidade, que tem orçamento projetado de R$ 2,43 bilhões para este ano, considera a tomada de crédito para realização de obras, a não modernização das fontes de receitas que basicamente estão concentradas em duas empresas, na Transpetro, divisão de logística e transportes da Petrobras, e na GM (General Motors). Com apenas 15 quilômetros quadrados, São Caetano tem pouco mais de 50% da sua área ocupada por edifícios.

“São Caetano sempre foi a vanguarda e representava a modernidade, mas seguiu, ao longo dos anos, na contramão do que aponta o futuro e pecou por não ter renovado a matriz econômica muito antes”, critica o ex-vereador e pré-candidato a prefeito Fabio Palacio (Podemos). Ele destaca que, dada a limitação territorial para a implantação de parques industriais, a cidade deveria fomentar a vinda de empresas do setor tecnológico.

Principal aposta da oposição na corrida pré-eleitoral contra o nome que terá as bênçãos de Auricchio, Fabio Palacio demonstra preocupação com a saúde financeira do município. “Se a cidade estivesse saudável e com a economia girando, não haveria a necessidade da tomada de tantos empréstimos. Hoje, São Caetano tem uma dívida de quase R$ 1 bilhão, tudo isso é resultado da falta de capacidade de investimentos”, analisa o pré-candidato.

Para o político do Podemos, a “cidade se desequilibrou e o futuro é preocupante”. Ao ser indagado sobre qual será a fórmula para colocar a casa em ordem, em um eventual governo, ele aponta para a janela do 6º andar da sede do Diário em direção à Prefeitura de Santo André, a poucos metros de distância. “O meu amigo e prefeito Paulo Serra (PSDB) recebeu uma dívida de mais de R$ 3 bilhões e conseguiu contornar com choque de gestão. É preciso enxergar como as coisas funcionam, reinventar a maneira de administrar, aumentar a eficiência com custo menor e buscar a iniciativa privada para um processo de círculo virtuoso”, diz ele, durante entrevista na sede do jornal.

Por fim, Fabio Palacio destaca que o empobrecimento da população e o fechamento de diversas empresas, sem qualquer ação do poder público local, fizeram a Prefeitura ser a maior provedora da cidade, com o PIB (Produto Interno Bruto) público maior do que o privado. “Há 20 anos, 3.500 funcionários trabalhavam na Prefeitura, hoje são mais de 10.000. E essa lógica, já vimos, não funciona”, finaliza o pré-candidato.




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