Trinta e cinco moradores do Grande ABC morreram por causa de meningite em 2023 – três óbitos por mês, na média. Trata-se de aumento de 400% em relação a 2021, segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo. Assustadores por si, os números se tornam ainda mais aterrorizantes quando um especialista atesta que a baixa adesão às campanhas de imunização contra a doença está na raiz do estouro das estatísticas. Eis mais um legado trágico da lamentável cruzada anticiência empreendida pelo governo federal anterior. Para estancar mortes causadas por patologias evitáveis, será preciso amplo investimento na recuperação da confiança da população nas vacinas.

A disseminação de informações falsas sobre a eficiência do imunizante, deflagrada por razões políticas durante a fase mais aguda da pandemia de Covid-19 e estimulada pelo então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e a desconfiança infundada em relação às vacinas têm sido uma das heranças mais nefastas do antigo governo. A campanha de desinformação minou a confiança nas instituições de saúde, deixando muitos moradores do Grande ABC suscetíveis a doenças que poderiam ser prevenidas por meio da imunização, como é o caso da meningite. O Grande ABC registrou 852 casos da enfermidade em 2023, rescimento de 313,6% em relação aos diagnósticos de 2021.

Diante do aumento de casos, é imperativo que os moradores do Grande ABC se conscientizem sobre a importância da imunização. Atualizar as carteirinhas de vacinação é ato de responsabilidade individual, mas também medida vital para proteger toda a comunidade. Somente através da proteção em massa da sociedade é que se poderá evitar que mais vidas sejam perdidas para doenças evitáveis. Fica aqui, portanto, uma convocação aos habitantes das sete cidades para que ajam com urgência e responsabilidade. A vacina é uma das maiores conquistas da medicina moderna. Não se pode permitir que a desinformação e a negligência continuem a ceifar vidas na região. Protejam-se já!