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Paranapiacaba abre Casa do Milho & Poesia Regional
Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
31/01/2003 | 18:41
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O novo empreendimento turístico da Vila Ferroviária de Paranapiacaba é uma bem-vinda união da cultura popular com a gastronomia. Estão à venda literatura de cordel, xilogravuras e CDs que trazem a temática nordestina e, para acompanhar, delícias feitas com milho. A fusão é personificada na figura de Nilton Claudino, pernambucano de 25 anos que comanda a partir deste sábado a Casa do Milho & Poesia Regional.

Morador da vila desde 1996, o jovem tem a habilidade de preparar milho verde, pamonha e afins. Aprendeu com a mãe Angelina, que ainda mora em sua cidade natal, Gameleira. Nas veias, Claudino trouxe a nordestinidade, daí a idéia de vender obras com esse tema. “É um privilégio poder trabalhar e ficar próximo a meus costumes, além disso divulgo a cultura do Nordeste. Viver aqui o que eu vivi lá, para mim é tudo”, diz.

Para completar, o cenário perfeito de Paranapiacaba. “Me identifico com esse lugar por causa da linha de trem e, para melhorar, tem água na torneira todos os dias”, afirma Claudino. O local faz o jovem lembrar do pai Nelson, que foi maquinista de maria-fumaça na zona canavieira de Pernambuco, e oferece um elemento da natureza raro na sua antiga cidade.

A Casa do Milho & Poesia Regional é dividida em dois ambientes. A primeira sala tem mesas onde o cliente pode saborear milho verde, curau, pamonha, suco de milho e cuscuz, com preços entre R$ 1 e R$ 1,50. No outro cômodo, há folhetos de cordel pendurados em cordões e livros das editoras Hedra e Luzeiro, que fornecem o material em consignação, além de discos de música popular do selo Casa de CDs e xilogravuras dos artistas Jeronimo Soares e Tony Gonzagto. A própria casa, construída por volta de 1850 nos moldes ingleses, é outro objeto a ser observado.

Apesar de abrir as portas às 8h, a Casa terá sua festa de inauguração a partir das 15h. Artistas populares aceitaram colaborar para o sucesso do empreendimento: entre eles, Jeronimo Soares (xilogravurista paraibano que contará sua história até chegar a Diadema) e os músicos Valdeck, Costa Senna e Meramolin.

A idéia de conciliar as habilidades de Claudino com sua cultura foi da arte-educadora Wal Volk, também moradora local. “Cada um que se estrutura faz a vila inteira ganhar”, diz. Paranapiacaba conta com outras casas de artistas (projeto Ateliê-Residência) e de venda de iguarias (programa Porta Aberta) que merecem uma visita.

Casa do Milho & Poesia Regional – r. Fforde, 527, Paranapiacaba, Santo André. Inauguração neste sábado, com atividades artísticas a partir das 15h. Aberta aos sábados e domingos, das 8h às 17h. Tel.: 4439-0288.




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