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Policiais franceses se revoltam com prisão de colega por agressão
Da AFP
12/11/2005 | 15:54
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Policiais franceses, envolvidos há mais de duas semanas com o combate a distúrbios em alguns subúrbios, manifestaram-se contra a detenção de um colega ao norte de Paris. O Alliance, um dos principais sindicatos da categoria, destaca a indignação depois do caso em La Courneuve, cidade da periferia norte de Paris, e fez um "apelo à calma e ao profissionalismo".

Um dos cinco policiais envolvidos na agressão a socos de pontapés de um jovem imigrante na segunda-feira, durante a repressão a tumultos, está sob detenção provisória e outros quatro, sob controle judiciário. O ataque foi filmado por uma equipe de TV.

"Há um estado de tensão bastante perceptível entre os responsáveis pela segurança e nós os compreendemos", declarou Jean-Claude Delage, segundo secretário do sindicato. Os sindicalistas criticaram a decisão da justiça.


"Pedimos a todos os nossos colegas manterem o profissionalismo que vêm demonstrando desde o começo dos tumultos", insistiu Delage.

A representação do sindicato em Seine-Saint-Denis, um dos departamentos mais atingidos pelos distúrbios nos arredores de Paris, anunciou por sua vez neste sábado que os policiais da região começaram a fazer uma espécie de "operação tartaruga" até a libertação do colega.

O trabalho deles se limitaria à intervenção apenas nas missões mais urgentes, na assistência às vítimas e na "aplicação do estado de emergência em caso de violência urbana". Delage evocou "tentativas da extrema-direita", na região, para "estimular a cólera" entre os policiais.

Dominique Achispon, segundo secretário-geral do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia, questionou uma justiça de "dois pesos e duas medidas". A comoção policial aumentou após um agente sofrer queimaduras na noite de sábado em Saint-Quentin, no norte da França, na explosão de um coquetel Molotov.

Entre 2 mil e 3 mil policiais foram mobilizados na capital e 12 mil no conjunto do território durante este final de semana, marcado pelas cerimônias de comemoração do armistício de 11 de novembro de 1918 e por uma partida de preparação para o Mundial de futebol na noite deste sábado no Stade de France, na periferia norte de Paris.

No total 2.240 pessoas foram interrogadas desde o início dos tumultos, no dia 27 de outubro, segundo números fornecidos por Michel Gaudin, diretor-geral da polícia. Desde 29 de outubro, 566 pessoas foram detidas, entre elas 102 menores.




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