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América Latina continua economicamente vulnerável, diz FMI
Da AFP
03/02/2003 | 22:06
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Muitos países da América Latina "continuam vulneráveis, devido às suas grandes dívidas públicas, à dolarização, ao crescimento fraco e a fortes desigualdades de renda", estimou o diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, Anoop Singh, em uma entrevista publicada nesta segunda-feira pela "IMFSurvey", publicação do Fundo. "A situação externa também continua difícil, com muitos riscos", acrescentou.

Singh pediu aos países que avancem nas reformas econômicas e fortaleçam as instituições, mas reconheceu que estas mudanças requerem um consenso entre a comunidade, que "é difícil de conseguir em um clima de crescimento fraco e grande desigualdade".

O diretor do FMI elogiou a política econômica de Brasil, Colômbia e Peru, e sugeriu aos candidatos à Presidência argentinos que cheguem a um consenso sobre as metas econômicas. O Brasil "concluiu uma transição política complexa de modo exemplar, que deve ser tomado como modelo por outros", indicou.

Consultado sobre que lições a Argentina deveria tirar do país vizinho, Singh sustentou que "existem aspectos importantes da transição brasileira que têm que ser destacados, principalmente o modo como os candidatos à Presidência concordaram em enfatizar o amplo consenso na comunidade em favor de metas econômicas centrais".

O peronismo, que governa a Argentina, está rachado pelas disputas entre o presidente Eduardo Duhalde e o ex-presidente Carlos Menem, que deseja se tornar pré-candidato à disputa pela Presidência.

Já a Colômbia "tem um governo preparado para tomar decisões econômicas difíceis, motivo pelo qual a diretoria do FMI concedeu-lhe em meados de janeiro um novo empréstimo", disse Singh. Ele também elogiou o Peru, "que conseguiu manter um crescimento relativamente alto em um ambiente externo difícil, enquanto avança em reformas econômicas essenciais".

Singh acrescentou que o Fundo também recebeu bem os "passos adiantados do novo governo do Equador". Mas mostrou preocupação com o alto nível de endividamento de muitos países. Ao falar sobre as lições deixadas pela crise argentina, afirmou que "uma grande dívida pública aumenta a vulnerabilidade, principalmente se houver um alto grau de dolarização. “O nível de dívida seguro para muitos países com mercados emergentes é quase certamente muito menor que as percepções anteriores", disse.




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