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Racionalização de combustíveis pode ser opção em caso de guerra
30/01/2003 | 22:18
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O Brasil deve recorrer a campanhas de racionalização do uso de combustíveis em caso de guerra prolongada no Oriente Médio. O país não tem um plano de contingência para garantir o abastecimento, sob a alegação de que a dependência externa de petróleo é pequena e de que há fontes alternativas fora da área de conflito. Especialistas propõem que, em caso de emergência, a redução do consumo resolveria um eventual problema de fornecimento.

O Oriente Médio é hoje responsável por apenas 19% das importações totais feitas pela Petrobrás em contratos de longo prazo. São 65 mil barris por dia que vêm da Arábia Saudita. Outros 30 mil barris por dia são comprados eventualmente no Iraque, sem contratos, informou a estatal. Dentro da empresa, porém, é consenso que há alternativas ao fornecimento da região, como a África – de onde vêm 52,36% do petróleo importado pelo país – e a América do Sul, principalmente a Argentina.

A Petrobrás não comentou o assunto, mas segundo informações extra-oficiais da empresa um programa de racionalização do consumo seria ideal para reduzir o risco de desabastecimento em caso de uma guerra longa. Para o consultor da DZ Negócios em Energia, David Zylbersztajn, ex-diretor da ANP (Agência Nacional do Petróleo), há espaço para uma redução entre 10% e 20% no consumo brasileiro de combustíveis.

"O uso eficiente pode ser uma alternativa em caso de uma crise grave. Não é necessário que se reduza a atividade econômica, é só usar melhor o combustível", afirmou Zylbersztajn, para quem o governo poderia aproveitar o momento e deflagrar uma campanha permanente pela racionalização do uso de derivados de petróleo.

O professor da USP e especialista em energia Ildo Sauer também é favorável a uma campanha de racionalização. Mas não acredita que a guerra entre Estados Unidos e Iraque provoque sérios estragos. "A tendência é de que a guerra seja curta, e não somos mais tão dependentes do petróleo importado", explicou.




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