Política Titulo Demanda antiga
Em visita à Volkswagen, Lula anuncia Instituto Federal em Diadema e Mauá

Criação da instituição de ensino público é demanda antiga do Grande ABC; definição dos locais das obras será anunciada em breve

Artur Rodrigues
02/02/2024 | 23:16
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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou ontem, durante visita à fábrica da Volkswagen, em São Bernardo, a criação de unidades do IF (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia) em Diadema e Mauá. Segundo o petista, o anúncio oficial será feito na semana que vem, em viagem ao Rio de Janeiro. 

“Na terça-feira irei ao Rio para anunciar Instituto Federal no Complexo da Maré e na Cidade de Deus. Também vai ter Instituto Federal na cidade de Mauá e de Diadema. Vamos anunciar Institutos Federais por este País para que nossos meninos e meninas possam se qualificar para o mercado de trabalho”, disse Lula em seu discurso. Além das duas unidades no Grande ABC, o presidente anunciou outros dez novos equipamentos do tipo no Estado de São Paulo. 

Os IFs são entidades de ensino associadas ao governo federal voltadas para a educação profissional, científica e tecnológica. Como cada unidade é constituída por uma rede de campus, um único IF pode ser responsável pela administração de diversas unidades de ensino. É o caso do IFSP (Instituto Federal de São Paulo), que conta com 37 campus espalhados pelo Estado, que, além dos cursos técnicos, também oferecem graduações e pós-graduações. 

“Muitas vezes o jovem abandona a escola porque não tem motivação. Precisa parar de estudar para ajudar a mãe a pagar as contas, mas como não tem estudo não consegue entrar no mercado de trabalho. E aí acaba indo para o crime organizado. Por isso, preciso investir em educação, em universidades, em institutos federais, porque isso não é gasto. Gasto é quando o jovem vira bandido e eu preciso gastar com presídios e polícia”, declarou Lula. 

A instalação de Institutos Federais na região é uma reivindicação antiga. De acordo com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, as sete cidades pleiteiam a construção da instituição de ensino público pelo menos desde 2013. Em julho do ano passado, o Movimento Pró IF-ABC (Pró-criação do Instituto Federal do Grande ABC), entidade da sociedade civil que milita em favor da implantação de unidades na região, apresentou uma proposta aos prefeitos para elaboração de um plano estratégico para construção de uma unidade federal nos municípios. A solicitação também contemplava a demanda de empresas e sindicatos por ensino técnico e integral nas unidades. 

“As empresas da nossa região têm uma demanda muito grande por trabalhadores com curso profissionalizante ou técnico. Justamente por esse motivo, a chegada do Instituto Federal à nossa região é tão importante e vai ajudar muito a nossa economia”, afirmou o presidente do Consórcio e prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT). 

Lula seguiu a mesma linha de raciocínio e ressaltou o compromisso do governo em atender às demandas das empresas que buscam jovens com qualificação profissional em diversas áreas. 

“É importante lembrar que esses institutos precisam ser utilizados para formar jovens para desenvolver a economia local. Os jovens têm que estudar cursos que possam servir para aprimorar o crescimento econômico e desenvolvimento tecnológico da cidade onde o instituto é criado”, comentou o presidente. 

‘Recuperamos 80% das políticas que construímos’

Durante a visita à fábrica da Volkswagen, em São Bernardo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que 80% das políticas públicas feitas em seus dois primeiros mandatos - de 2003 a 2010 - foram recuperadas no primeiro ano do atual governo. 

“Esse país não foi governado nos últimos quatro anos, foi desmontado. Quase todas as políticas públicas construídas de 2003 a 2015 foram destruídas. Não teve mais investimento em ciência, em educação, seis anos sem reajuste da merenda escolar, sem reajuste do salário dos professores universitários. Nós dedicamos o ano inteiro para recuperar aquilo que já tínhamos feito. Hoje recuperamos 80% das políticas públicas que já tínhamos colocado em prática”, declarou o presidente. 

Uma das principais políticas retomadas no atual mandato foi o PAC (Programa de Aceleração de Crescimento). Criado em 2007, no início do segundo governo Lula, o programa se tornou marca das gestões petistas, reunindo obras de infraestrutura e programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida. A iniciativa foi descontinuada pelos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). 

“Fizemos o PAC 3, que é um conjunto de obras de infraestrutura na educação e saúde para que a gente trabalhe os quatro anos sem novas ideias pelo caminho, para que a gente possa cumprir com o que planejamos para esse governo. É um projeto de mudança estrutural no nosso país”

No fim do ano, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC oficializou proposta ao Novo PAC solicitando repasse de R$ 217,2 milhões da União para projetos de mobilidade urbana nas cidades da região. Ao todo, a entidade elencou 17 projetos para o desenvolvimento de estudos de tráfego, estudos de alternativas, projetos funcional, básico e executivo em todas as cidades consorciadas - ficam fora São Bernardo e São Caetano, que deixaram o Consórcio. Na semana passada, o secretário-executivo da entidade, Mário Reali, fez uma reunião com o ministro das Cidades, Jaber Barbalho Filho, para tratar dos projetos solicitados. 

“O que precisamos fazer agora é definir as prioridades do que nós pleiteamos”, disse Reali.

‘Se a gente quiser ganhar a eleição, precisamos da Marta’

Já na noite de ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no ato de filiação da senadora Marta Suplicy ao PT. O evento aconteceu na Casa de Portugal, na Capital paulista, e também reuniu a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o pré-candidato à Prefeitura da cidade Guilherme Boulos (PSOL).

Em seu discurso, Lula exaltou Marta e disse que o seu retorno à legenda é fundamental para a vitória. “Nunca ninguém fez tanto para o povo pobre de São Paulo quanto a Marta. E se a gente quiser ganhar as eleições, precisamos dela de volta. A Marta fez muito por esse partido. O Boulos, que é uma grande liderança, precisa de alguém com a marca de uma boa gestão”.

O presidente assinou a filiação da senadora, que deixou o partido em 2013 após 30 anos de filiação. No MDB, Marta votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff e apoiou a reeleição de Bruno Covas (PSDB) para prefeito da Capital, em 2020.

De acordo com a organização do evento, mais de 2.000 pessoas estiveram presentes no ato. 




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