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Brasil não negocia como 'pobre coitado', diz Malan
Do Diário OnLine
27/07/2001 | 15:23
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O ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmou, nesta sexta-feira, que as negociações entre o governo brasileiro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) não sofrerão pressões externas. “Tudo o que o Brasil faz é com base no que o próprio governo acredita e não imposto por alguma vontade externa”, disse, ressaltando que o Brasil não se senta para negociar com os organismos internacionais como "pobre coitado ou eterno devedor".

De acordo com o ministro, o Brasil tem todo apoio internacional que precisar e as instituições estrangeiras reconhecem o que o país fez e mudou internamente nos últimos oito anos. “Na área fiscal houve mudanças desde de setembro de 98 quando definimos os objetivos que estamos cumprindo. O Brasil faz o que o governo acredita que deve ser feito e não porque alguém decidiu que ia ser feito”.

Malan disse que o novo acordo que está sendo negociado com o FMI será adotado quando o país achar que há necessidade, com as características definidas pelo governo brasileiro. “Não há a possibilidade de um país te um programa que não é seu”.

Em clara resposta aos que criticam uma suposta postura entreguista do Brasil, o ministro lembrou que o primeiro acordo com o FMI foi negociado depois que o governo já havia implementado o programa de metas fiscais. Também disse que o Brasil não teve apoio ou respaldo para lançar a URV nem o Plano Real.

As declarações foram feitas durante a solenidade de posse da diretoria da Associação Brasileira de Bancos, no Rio de Janeiro.

PT – O ministro negou que possa se candidatar à Presidência da República e afirmou estar preocupado com seu sucessor. Ele disse que o maior partido da oposição, o PT, está de "salto alto" e desafiou a legenda a dar uma explicação sobre a declaração do deputado Aloísio Mercadante de que o programa do partido propõe uma ruptura com o FMI.

Na avaliação de Malan, isso pode querer dizer que o Brasil deve romper unilateralmente com o programa atual, e que se o PT conseguisse alcançar a presidência e houvesse um programa econômico, ele seria descontinuado. Ainda segundo o ministro, a declaração sugere que o PT jamais faria um acordo com o FMI e que o país deveria se recusar a participar das reuniões com o fundo, órgão do qual o Brasil é um dos fundadores.

Corrupção - Malan avaliou que não é correta a interpretação de a corrupção no país aumentou durante o governo Fernando Henrique Cardoso. “O que aumentou foi a transparência. As coisas estão expostas à luz do sol e isso é o melhor detergente para determinar esse tipo de coisa”, disse. Segundo ele, um dos fatores que possibilitou a transparência foi o fim da hiperinflação.




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