Segundo Ohtake, o princípio para o desenvolvimento das obras que compoem a exposiçao foi a uniao de apuro estético com funcionalidade: "O sentido dessas peças é trabalhar com a transparência, que é a essência do vidro". A mostra reúne pouco mais de uma dezena de objetos - em vidro transparente e coloridos - em formatos pequeno, médio e grande.

A maior composiçao, denominada Paisagem Transparente I, tem 14 m de comprimento e é formada por diversas placas de vidro, colocadas uma ao lado da outra: "A transparência leva ao conceito da continuidade, mas uso peças descontínuas, ou seja, separadas", diz Ohtake.

Entre as obras de médio porte estao a Estante Ozônio, de parede, e a Estante Virtual, de chao, ambas em vidro curvo. As formas sinuosas, por sinal, sao a marca registrada nos projetos arquitetônicos de Ohtake. Uma atraçao bastante confortável e espaçosa é a Poltrona Vitrum, uma espécie de trono contemporâneo.

Já entre as peças pequenas, objetos de mesa que medem 20 cm x 20 cm, aparecem o Porta-Idéia Vitrum 2 (para guardar canetas), o Porta-Gula Vitrum (uma bomboneira), o Aquário Vitrum e a interessante jarra para suco, com compartimento para colocar o gelo separado do líquido, denominada Jarra Surf Vitrum.  "Nesses trabalhos só uso corte e colagem do vidro. A tecnologia é simples e bastante criativa, como é a própria arquitetura brasileira", diz. Sobre a semelhança existente entre as peças em exibiçao - todas feitas em 2000 - e a estética de suas construçoes, Ruy diz que a relaçao entre design e arquitetura é total.

Hoje - Filho da artista plástica Tomie Ohtake, o paulistano Ruy, 62 anos, formou-se pela FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Sao Paulo) no início dos anos 60. Atualmente trabalha em projetos como o Global Shopping, em Santo André, o Instituto Tomie Ohtake e um hotel na esquina da avenida Brigadeiro Luis Antônio com a rua Groenlândia, ambos em Sao Paulo, e outro hotel em Brasília.