O empresário Antonio Ermírio de Moraes disse que para proteger sua moeda o país terá que aplicar um novo aumento nas taxas de juros, para que se compense aplicar o dinheiro aqui, do que comprar dólar. "Na minha opiniao a única reserva que o país tem está no saldo que há entre exportaçoes e importaçoes. Outra coisa, quem quiser importar artigos supérfluos ou de luxo que pague imposto correspondente", afirmou.

O empresário estava preocupado com o andamento do câmbio, e com a saída de recursos do país. "Já perdemos desde que começou a crise cerca de US$ 40 bilhoes. Se tinhamos reservas de US$ 74 bilhoes. Parece que as reservas especulativas permanecem, pois nao pára de sair dinheiro do país. Sempre denunciei a reserva especulativa, aquele dinheiro que vinha para cá atraído pelos juros elevados", disse Ermírio.

Ermírio ressaltou que nao é contrário as importaçoes de artigos de luxo, "mas as pessoas que os consomem, devem pagar impostos correspondentes. Importamos bilhoes e mais bilhoes em produtos de luxo ou superfluos. E assim por diante, por isso defendo o pagamento do justo imposto".

Ele salientou que as exportaçoes no Grupo Votorantim, que vende para o exterior em média US$ 400 milhoes anualmente, nao foram paralisadas pelas dificuldades do câmbio, mas o ritmo normal deve ser retomado em uma semana. "Isso deve ocorrer com os exportadores de uma forma geral", concluiu o empresário.