A VW (Volkswagen) divulgou, nesta quinta-feira, uma lista com o nome dos deputados alemães que constam de sua folha de pagamentos. Entre eles estão dois políticos social-democratas do parlamento federal e quatro representantes regionais do mesmo partido. O anúncio é um dos maiores escândalos na Alemanha desde a 2ª Guerra Mundial.

A número um do setor automotivo europeu informou que paga salários mensais aos seis deputados do partido do chanceler Gerhard Schroeder desde 1990, e que decidiu suspendê-los de forma imediata. Entre os deputados regionais estão três do parlamento regional da Baixa Saxônia (oeste) e um da Baviera (sul). Este último era pago pela Audi, filial da VW. Os presidentes das assembléias legislativas regionais vão decidir se os deputados terão que devolver à empresa o dinheiro recebido.

O assunto veio à tona em dezembro do ano passado, quando o secretário-geral do partido da oposição, CDU (União Democrata-Cristã), Laurenz Meyer, renunciou ao cargo após admitir ter recebido 59.320 euros (US$ 78.500) da gigante do setor energético RW. Meyer disse que recebia descontos nas contas de luz e empréstimos a juros baixos.

O pagamento de salários a deputados por empresas privadas é legal na Alemanha, mas fortemente criticado pela opinião pública, devido à influência que isto pode ter na política e economia do país. A Transparency International, organização independente de luta contra a corrupção, pediu o fim desta prática, para evitar que os deputados eleitos pelo povo se transformem em "lobistas disfarçados".

No último dia 7, o jornal ‘Die Welt’ publicou uma lista de parlamentares que recebem salários mensais das principais empresas privadas alemãs, entre elas a gigante do setor de seguros Allianz e a empresa de energia Vattenfall.

A imprensa alemã volta a atenção para a política democrata-cristã Hildegard Mueller, uma estreita colaboradora da presidente da CDU, Angela Merkel, que, segundo os jornais, continua sendo paga pelo Dresdner Bank, quarto maior banco privado da Alemanha.