O prefeito de São Paulo, José Serra, reclamou nesta quinta-feira de uma suposta motivação política na atitude a Eletropaulo, que cortou a energia elétrica de diversos prédios públicos paulistanos por causa da falta de pagamento. Ele destacou que a controladora da empresa é a AES, que por ser "mal administrada" teve de ser salva com dinheiro público do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

O tucano avalia que por ter usado dinheiro do BNDES, a Eletropaulo preferiu não reclamar da administração da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) por temer represálias do governo federal. Serra afirmou que grande parte da dívida municipal com a Eletropaulo foi contraída pela petista.

"Quem deu calote na Eletropaulo foi a administração do PT. Acontece que a AES, que é a dona da Eletropaulo, é uma empresa virtualmente quebrada. E o BNDES socorreu a empresa com dinheiro público, dinheiro das pessoas. Socorreu a empresa, salvou a empresa, recentemente. E eles não podiam tomar medidas contra a gestão do PT, que deu o calote, pois senão estariam criando um clima de má vontade no BNDES", declarou Serra.

O presidente do BNDES, Guido Mantega, rebateu às críticas. Ele disse que o banco estatal tem 49% das ações da AES Eletropaulo, mas por um acordo de acionistas não interfere nas decisões da empresa.

"O prefeito está tentando fazer uma exploração política deste fato. Vou fazer interpelação extra-judicial. Vamos processá-los, pois estão fazendo ilações e denegrindo a imagem do BNDES e não vou permitir isso. Ele pague lá a conta e resolva o problema com a Eletropaulo e não envolva o BNDES", afirmou à Rádio CBN.

Energia- A Eletropaulo informou na manhã desta quinta-feira que a energia elétrica foi restabelecida em 45 prédios públicos da Prefeitura de São Paulo. A luz foi desligada terça-feira por falta de pagamento.