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Embraer investiga sabotagem em jatos para exportaçao
Do Diário do Grande ABC
30/11/1999 | 17:54
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A direçao da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) investiga a açao de sabotadores dentro da empresa. O ato foi detectado no dia 5 deste mês, quando inspetores da companhia encontraram dois jatos regionais ERJ-145 com os chicotes do sistema hidráulico cortados. Os aparelhos estavam prontos para ser entregues à clientes estrangeiros. Tanto o Sindicato dos Metalúrgicos de Sao José dos Campos como fontes ligadas à Embraer confirmaram a sabotagem, mas até o momento nao há pistas da autoria do crime.

A descoberta dos avioes sabotados abriu uma nova frente de confronto entre as direçoes da Embraer e do sindicato local. Nem os sindicalistas ou os diretores da empresa querem comentar o assunto, mas há trocas de acusaçoes mútuas. A companhia informou que esse assunto está sendo tratado internamente e se nega a comentar o caso. Porém, os sindicalistas investigam possíveis comentários públicos de diretores da Embraer apontando os membros da entidade como suspeitos da açao.

Segundo o dirigente sindical e funcionário da Embraer, Marco Antonio Ribeiro, a entidade se manifestará assim que tiver concluído um vasto levantamento que está sendo feito sobre o caso, inclusive com a busca de provas materiais sobre acusaçoes contra os diretores da categoria. Ele contou que os comentários sobre as sabotagens apareceram logo após uma assembléia sindical. Neste encontro houve problemas entre sindicalistas e funcionários da empresa, que nao queriam aderir ao movimento.

Os sindicalistas duvidam da veracidade da versao. A maior evidência disto seria a falta de transparência por parte da empresa nesta investigaçao. Apesar de ter confirmado a sabotagem, a companhia teria deixado os diretores do sindicato verem os avioes afetados. Para os representantes da categoria, a Embraer tenta criar um clima de tensao entre os empregados na tentativa de justificar a existência de 300 câmeras ocultas instaladas na linha de montagem.

A empresa também nao se pronunciou a esse respeito. Mas, de acordo com o sindicato, a Embraer se justifica dizendo que isto foi necessário para conter a espionagem industrial. Os metalúrgicos acreditam que esse sistema de vigia é voltado para observar e monitorar as atividades dos trabalhadores e do sindicato no interior da fábrica. " Estao usando de má fé nesta história, nao tenho dúvida disto", comentou o diretor Ribeiro.

Os jatos ERJ-145 conseguiriam decolar com os chicotes seccionados, entretanto o aparelho ficaria impossibilitado de baixar os trens de pouso para aterrisagem. Provavelmente, o ato criminoso teria ocorrido na última fase de testes ainda nos hangares, nas etapas derradeiras do processo de montagem do aviao. O ERJ-145 é o carro-chefe da Embraer e o líder mundial no nicho dos jatos regionais de 50 lugares.




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