Política Titulo
PSDB paulista só observa
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
20/09/2006 | 23:30
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Enquanto o PT estadual tenta juntar os cacos, após o envolvimento de filiados na compra de um dossiê contra José Serra (PSDB), os tucanos de São Paulo preferem deixar a missão de colocar mais lenha na fogueira do adversário à direção nacional do PSDB.

Nem mesmo Serra tem aproveitado a oportunidade para ganhar mais notoriedade. Assim que a bomba do dossiê estourou nas mãos dos petistas (o flagrante foi na sexta-feira), o governável tucano se recolheu em casa e apenas quarta-feira retomou seus compromissos de campanha, mas distante do eleitorado paulista: participou, pela manhã, do lançamento do programa de governo de Geraldo Alckmin, no Rio de Janeiro.

Pela primeira vez na corrida eleitoral, José Serra deixou de lado a atitude defensiva para atacar. O tucano falou que “há uma baixaria eleitoral, que envolve o candidato do PT em São Paulo”. Horas depois, o assessor do petista, Hamilton Lacerda (de São Caetano) assumiu seu envolvimento no ‘dossiêgate’ e foi afastado por Aloizio Mercadante.

Depois do Rio de Janeiro, Serra tinha programado fazer campanha em Sertãozinho, no interior paulista, mas cancelou a viagem por conta da chuva.

No ano passado, no auge da crise do mensalão, o PSDB chegou a ser acusado, até mesmo por aliados, de ter perdido o timing de pedir o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando o publicitário Duda Mendonça confessou o uso de caixa 2 na campanha presidencial. O risco é que a situação se repita nesse episódio.

O coordenador da campanha de Serra, o vereador de São Paulo Gilberto Natalini, confirmou quarta-feira que a postura de recuo do PSDB paulista é uma “estratégia de campanha”. “Não interessa para gente. Quem está fazendo as cobranças é o diretório nacional. Não cabe, nesse caso, a legenda paulista se envolver.” O parlamentar completou: “A intromissão do PSDB de São Paulo seria uma estratégia burra. Nosso objetivo é vencer a eleição no primeiro turno. Ele (Serra) está para ganhar, por que responderá às baixarias do PT? É óbvio que o candidato não vai dar ênfase à essa história.”

O deputado federal Alberto Goldman, vice na chapa de Serra, adota o mesmo discurso. “O foco fundamental desse episódio é nacional, não é matéria de decisão estadual”, analisa. “Quem tem de se posicionar é o partido nacional. Nós vamos fazer campanha.”




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