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Israel ataca reduto do Hezbollah no Líbano
Da AFP
21/07/2006 | 18:15
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Caças israelenses bombardearam nesta sexta-feira Baalbeck, reduto do Hezbollah no leste do Líbano, um ataque que causou a morte de quatro civis, enquanto os Estados Unidos aceleram a retirada de seus cidadãos.

No décimo dia de conflito, a França aumentou os esforços para obter um cessar-fogo, mas Israel e a formação xiita deixaram claro que estão dispostos a continuar os combates. Foguetes disparados pelo Hezbollah voltaram a cair em Haifa, terceira maior cidade de Israel, onde 19 civis ficaram feridos.

O exército israelense mobilizou milhares de reservistas para reforçar seu dispositivo na fronteira norte do país, informou uma fonte militar, segundo a qual esse número "não supera o de uma brigada, ou seja, 3 mil soldados".

O chanceler francês, Philippe Douste-Blazy, em missão em Beirute, alertou para uma possível "catástrofe humanitária", enquanto 500 mil libaneses tiveram que deixar suas casas por causa dos ataques, o que representa quase um sexto da população do Líbano, de 3,5 milhões de habitantes.

Diante da violência, 4.500 americanos embarcaram com destino ao Chipre em um dos três navios enviados pelos Estados Unidos, que também mobilizaram marines para proteger seus cidadãos durante a retirada.

Os caças-bombardeiros israelenses atacaram o centro de Baalbeck, cidade de maioria xiita que tem 100 mil habitantes, causando pânico entre a população e a morte de quatro civis. A ação israelense causou acidentes de trânsito, devido às tentativas de fuga da área bombardeada.

Os caças israelenses também continuaram os bombardeios ao sul do Líbano. Segundo a Polícia libanesa, os aviões de Israel fizeram oito ataques à região de Tiro. Uma posição da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) foi atingida por um obus disparado do território israelense, informou um porta-voz da missão.

Apesar dos esforços diplomáticos internacionais e dos pedidos de cessar-fogo para acabar com a ofensiva, que já deixou 339 vítimas libanesas e 33, israelenses, não há previsão para o fim da crise, que mergulhou o Líbano em uma grave situação humanitária.

O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, alertou que se o país "considerar necessária uma operação terrestre, a fará", mas descartou uma "invasão" do Líbano parecida com a de 1982.

Para tentar conter a violência, o presidente francês, Jacques Chirac, pediu à União Européia (UE) que envie seu representante de Política Externa, Javier Solana, ao Oriente Médio, para que "obtenha as condições para um cessar-fogo" no Líbano, anunciou nesta sexta-feira a presidência do bloco.

O chefe de Estado francês quer que Solana "seja escalado para fazer, em articulação com as Nações Unidas e outros atores regionais, viagens à região, com o objetivo de se reunir com os interlocutores necessários e contribuir para fazer rapidamente propostas e reunir as condições para um cessar-fogo global e duradouro na região".

Chirac fez essas propostas em duas cartas datadas de 20 de julho e enviadas ao primeiro-ministro da Finlândia, Martti Vanhanen, presidente em exercício da UE, e ao presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, respectivamente.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, criticou ontem Israel e o Hezbollah por seu papel na crise no Oriente Médio, e pediu ao Conselho de Segurança que atue rapidamente e com firmeza para conseguir com urgência o fim das hostilidades.



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