Os Estados Unidos responderam nesta sexta-feira com ironia às primeiras declarações de Raúl Castro desde que assumiu provisoriamente o poder, apresentando-o como um "Fidel light", sem deixar de pedir uma transição em Cuba e inclusive se comprometer a "acelerá-la".

"Como sabem, não temos particularmente muito carinho pelo Governo cubano tal como dirigido por Fidel e não posso dizer que estejamos especialmente entusiasmados pelas primeiras palavras que escutamos de 'Fidel light", ironizou o porta-voz do Departamento de Estado, Tom Casey, utilizando o adjetivo adotado comercialmente para a alimentação "light".

O porta-voz disse que o país não tem "muito a opinar" sobre as declarações apresentadas pelo "irmãozinho de Fidel", publicadas horas antes no jornal oficial cubano Granma e nas quais Raúl Castro assegura que seu país se mobilizou para fazer frente a uma eventual agressão norte-americana.

Raúl Castro revelou nestas páginas que seu país mobilizou dezenas de milhares de reservistas para enfrentar uma "agressão" eventual dos Estados Unidos, embora também expresse sua disposição de diálogar para normalizar as relações com Washington.

Ao ser consultado sobre as acusações de invasão americana, Casey disse desconhecer "os motivos que havia por trás" dessa declaração e aproveitou a oportunidade para recuperar a seriedade e reiterar aos dirigentes cubanos as críticas dos Estados Unidos à entrega do poder a Raúl Castro.