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Atendimento médico a José Gerardo será investigado
Do Diário do Grande ABC
28/11/1999 | 21:03
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A internaçao do ex-deputado José Gerardo por tentativa de suicídio gerou polêmicas e suspeitas que serao investigadas pela Polícia Federal e Ministério Público. Será aberto um inquérito para apurar os procedimentos médicos adotados. O médico particular do ex-deputado, Heverton Menezes, garantiu que nem sabia quem era José Gerardo e o tratou como qualquer paciente. Profissionais do Hospital de Brasília - onde Gerardo foi internado na última sexta-feira - e agentes da Polícia Federal estranharam o fato de ele ter dado entrada no setor de internaçoes e nao no Pronto Socorro, procedimento que seria normal já que o deputado cassado havia tentado o suicídio ingerindo altas dosagens de tranqüilizantes.

O médico de José Gerardo disse que já havia feito uma lavagem gástrica em seu paciente antes de ele chegar ao hospital, evitando os riscos de uma forte intoxicaçao. Outra atitude questionada pela Polícia Federal é que José Gerardo nao foi colocado de imediato na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Seu médico, no entanto, chegou ao hospital para interná-lo afirmando que o ex-deputado corria risco de vida. 'Nao errei em nenhum procedimento. Todos os meus pacientes sao internados aqui. Ele foi primeiro para o apartamento e depois para a UTI para ser salvaguardado``, justificou o médico Heverton Menezes.

A suspeiçao da tentativa de suicídio de José Gerardo despertou a irritaçao dos advogados do ex-deputado, que irao interpelar criminalmente o delegado Rodney Miranda, chefe da Delegacia de Entorpecentes da Polícia Federal do Distrito Federal, e a direçao do Hospital Brasília. 'Estranhamos os noticiários dizendo que a tentativa de suicídio do deputado foi armaçao, insinuando que médicos e advogados estao envolvidos. Vamos interpelá-los para saber se confirmam as declaraçoes da imprensa. Se comprovarem, serao processados``, garantiu Mário de Oliveira, advogado de José Gerardo, que também ameaçou a imprensa de processo.

No sábado à tarde, o médico Heverton Menezes passou quase duas horas sozinho no quarto do deputado cassado, examinando-o. Ele contou que o deputado teve um 'ímpeto suicida, querendo avançar pela janela`` e que, por isso, foi preciso aplicar sedativos em José Gerardo. Sedado, o ex-deputado nao pôde ser transferido para a Polícia Federal. Posteriormente, uma junta médica do hospital examinou Gerardo. A meia noite de sábado, a liberaçao de José Gerardo foi autorizada pelo hospital. O delegado Rodney Miranda disse que todos os fatos serao apurados e que o Conselho Regional de Medicina será convidado a acompanhar as investigaçoes.




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