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Ex-premiê paquistanês é reenviado ao exílio na Arábia Saudita
Da AFP
10/09/2007 | 13:55
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O ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, que retornava nesta segunda-feira ao Paquistão depois de oito anos de exílio para tentar participar da disputa eleitoral contra o presidente Pevez Musharraf, foi preso ao chegar em solo paquistanês e reenviado ao exílio na Arábia Saudita.

"Sharif desembarcou no aeroporto de Jeddah", no oeste da Arábia Saudita no Mar Vermelho, declarou uma fonte oficial que preferiu não ter o nome divulgado.

Ele se recusou a entregar o passaporte aos policiais e oficiais encarregados da luta contra corrupção, que portavam um mandado de prisão. Algumas horas mais tarde, ele deixou a capital a bordo de um avião especialmente fretado rumo a Jeddah, na Arábia Saudita.

"A polícia da província Pendjab o colocou em prisão preventiva já no aeroporto porque ele é procurado por atos de corrupção", declarou um ministro, que pediu anonimato.

O ex-premiê foi posto em detenção preventiva "enquanto cumpria os trâmites com a polícia de imigração", confirmou o alto representante das forças de segurança. Em seguida, foi levado de helicóptero a um local desconhecido, "fora do aeroporto de Islamabad", acrescentou a fonte.

Sharif, que foi chefe de governo por duas vezes, de 1990 a 1993 e de 1997 a 1999, antes de sofrer um golpe de Estado liderado pelo general Musharraf, havia chegado de madrugada a Islamabad em um vôo comercial vindo de Londres.

"Eu volto ao meu país com a intenção de desfazer a anarquia na qual mergulhou por causa da política de um só homem, o general Musharraf", declarou Sharif ainda no aeroporto à televisão paquistanesa.

Acordo - Em 2000, ele aceitou se exilar por dez anos, assinando um acordo que substituiu a pena de prisão perpétua por crimes de corrupção e traição. Mas este acordo foi invalidado pela Corte Suprema em agosto, o que o autorizou a voltar ao Paquistão.

A Casa Branca avaliou, por sua vez, que o reenvio ao exílio era um assunto "interno" paquistanês, e pediu que as eleições que se aproximam sejam "livres e justas". Já os analistas políticos foram unânimes em reconhecer que um retorno de Sharif poderia trazer um novo revés ao general Musharraf.

O Paquistão, potência nuclear de 160 milhões de habitantes, viveu mais da metade de seus 60 anos de vida sob o comando de generais.

Com a aproximação das eleições presidenciais em setembro ou em outubro, seguida das legislativas ao fim de 2007 e início de 2008, Musharraf tenta negociar um acordo de divisão do poder com outra ex-premiê em exílio, Benazir Bhutto (1988-1990 e 1993-1997), mas as negociações parecem não sair do lugar.


 




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