O vereador Atila Jacomussi (PV) foi à Promotoria de Justiça de Mauá para cobrar que o órgão investigue, de forma urgente, os contratos firmados entre o prefeito, Oswaldo Dias (PT), e a Logic Engenharia e Construção Ltda.

Este é mais um capítulo na longa jornada do verde em tentar trazer à tona detalhes da parceria, que somente em 2010 rendeu R$ 10 milhões à empresa, diluídos em 31 contratos. No ano anterior, foram outros R$ 4 milhões investidos pela administração petista em contratos na maioria das vezes definidos como sendo para a realização de "adequações".

 "Não entendi até agora o porque de o Ministério Público não ter iniciado investigação, já que a imprensa noticiou este caso obscuro em diversas oportunidades", questiona-se. Atila afirma ter tomado a iniciativa após reportagem publicada pelo Diário no dia 10, mostrando que a Logic faturou R$ 99 milhões em contratos com três prefeituras do Grande ABC - além de Mauá, com Santo André (R$ 39,4 milhões) e São Bernardo (R$ 49,6 milhões).

No documento, o parlamentar expõe a trajetória de seu pedido de informações, que começou através de requerimento entregue a Oswaldo em setembro de 2009. O petista, porém, ignorou esclarecimentos sobre valores e duração de contrato, além de detalhes dos serviços prestados pela Logic.

Sem sucesso e classificando a recusa como abuso de poder do prefeito, Atila então acionou a Justiça para ter acesso às informações. Em fevereiro do ano passado, foi ao Fórum da cidade e entrou com mandado de segurança, que mais tarde não foi concedido.

"A falta de informações por parte do poder público, somada às notícias veiculadas pelos jornais, reforça a necessidade de se averiguar detalhadamente os fatos ocorridos no município, que precisam ser analisados minuciosamente", sustenta o vereador, justificando nova tentativa de tornar os contratos de conhecimento público.

SILÊNCIO MANTIDO

A equipe do Diário contatou Oswaldo para ele se pronunciar sobre os contratos com a Logic. Porém, antes mesmo que fosse revelado o assunto a ser tratado, o chefe do Executivo sugeriu que a equipe procurasse por um de seus assessores e interrompeu o telefonema.