As donas de casa têm motivo para comemorar. O quilo do feijão registra queda de 34,3% desde o início do ano. O produto iniciou 2009 custando R$ 2,98 e na última semana de outubro se comprava o grão por R$1 ,96.

O valor do item essencial na mesa dos brasileiros pode ficar ainda mais baixo. De acordo com o Ministério da Agricultura, a safra de feijão deve ser 20% maior em 2009, chegando a 1,432 milhão de toneladas. "Isso quer dizer que o preço ao consumidor pode cair mais, pois a oferta controla o preço do grão. Com mais produto no mercado, a tendência é que o valor desabe nos próximos meses", explica Fábio Vezzá De Benedetto, engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André).

O coordenador-geral de cereais e culturas anuais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Silvio Farnese, explica que a redução de preço dos insumos para o cultivo de feijão permitiu a queda nos custos de produção. "Isso refletiu em cenário de otimismo entre os produtores, que esperam ter lucro um pouco maior nesta colheita."

Preocupados com o excesso de grão, o setor produtivo pediu que seja desenvolvido contrato com a alternativa de venda do feijão ao governo ou do recebimento de valor determinado, quando o preço mínimo não for alcançado. "A ideia é defender o produtor caso haja quantidade maior de feijão do que aquela que o mercado pode absorver", diz Farnese.

AÇÚCAR - O engenheiro da Craisa diz que até o fim do ano o feijão estará custando menos que o açúcar. "É inusitado, uma vez que o feijão é item essencial e o açúcar não. Mas a quebra da safra da matéria-prima da cana na Índia fez com que o açúcar e álcool ficassem mais caro para os brasileiros, já que o País, maior produtor do mundo, passou a exportar os produtos", destaca Benedetto.

O quilo do açúcar custa, em média, R$ 1,86. No início do ano, o pacote custava em média R$1,19. "O valor deve ultrapassar os R$ 2 ainda em 2009", afirma o engenheiro.