Após quase um ano pavimentando sua empreitada, o vereador Atila Jacomussi (PPS) finalmente foi oficializado como candidato a prefeito de Mauá. Na convenção de seu partido com os aliados PSC e PRP, ontem, na casa de shows Coke Luxe, o popular-socialista inflamou a militância com discurso antiPT e o grupo liderado pelos ex-prefeitos Leonel Damo e José Carlos Grecco, que se revezam no poder há três décadas.

"Sou o único candidato de oposição aos governos dos últimos 30 anos", bradou, confrontando as candidaturas que, segundo ele, representam a continuidade, dos deputados estaduais Donisete Braga (PT) e Vanessa Damo (PMDB), filha de Leonel.

Empolgado com o quorum da atividade (que registrou aproximadamente 1.000 pessoas), o vereador chegou a declarar que vencerá no primeiro turno - pesquisas o apontam em terceiro lugar, atrás de Vanessa e Donisete. Ele é o primeiro candidato a prefeito do Grande ABC sacramentado por convenção.

"Não podemos permitir que Mauá continue sendo governada por dois grupos. A cidade não é deles, é do povo", discorreu. "Sabemos que vamos enfrentar dois Golias, mas Davi já nasceu e vai derrubá-los."

Oficializada vice, Genilda Ribeiro (PSC) manteve o tom. "Mauá tem vivido uma dinastia e vamos resgatar a democracia." Atila, em alfinetada a Vanessa, classificou a pastora de "verdadeira representante da mulher mauaense".

O ato foi prestigiado pelos principais quadros do PPS no Grande ABC: o deputado estadual Alex Manente (São Bernardo) e o vice-prefeito de Ribeirão Pires, Edinaldo de Menezes, o Dedé, pré-candidatos aos Executivos de suas cidades. "Atila tem a menor rejeição. Vamos explorar este potencial de crescimento e ir para o segundo turno", projetou o parlamentar. "Chega dos mesmos", clamou Dedé.

Por outro lado, outros caciques faltaram, como os presidentes nacional (Roberto Freire) e estadual (Davi Zaia) do PPS, além do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), cuja participação na campanha é desejada por Atila e Irmão Ozelito (PTB).

Copiando Donisete, Atila apresentou seu pai, o ex-vereador por sete mandatos Admir Jacomussi (PRP). "Não preciso esconder meu pai nos bastidores porque tenho muito orgulho dele", disse. O ato é uma ironia a Vanessa, que, segundo adversários, não convidará seu pai ao palanque na campanha pela rejeição de Leonel.

Admir, que concorrerá à Câmara de novo, foi secretário de Obras no último governo Leonel Damo (2005 a 2008). O PRP fechou aliança proporcional com o PSC - o PPS disputará o Legislativo com chapa pura.