O mercado reagiu mal à decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de manter a taxa básica de juros (Selic) em 18,5% ao ano. O dólar comercial encerrou esta quarta-feira em alta 1,73% sobre o fechamento de terça, cotado a R$ 2,524 para compra e R$ 2,526 para venda, maior valor desde novembro do ano passado. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão em queda de 2,62%, com o Índice Bovespa em 12.367 pontos e volume financeiro de R$ 622,9 milhões.

A tendência de alta do dólar se consolidou com os rumores de que a Receita Federal deve aumentar a fiscalização e investigar as suspeitas de sonegação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) por parte dos bancos. Segundo operadores do mercado, a notícia fez com que os bancos procurassem por proteção, apesar de a Receita ainda não ter se pronunciado sobre quais instituições estariam sob sua mira. Há informações de que a sonegação chegaria a R$ 5 bilhões.

A manutenção da taxa de juros foi outro fator que causou apreensão entre os investidores. Apesar de a maioria dos analistas apostarem que a taxa não seria alterada, havia no mercado quem apostasse em um corte de 0,25 ponto percentual. Mas o Copom preferiu adotar o conservadorismo, já que a redução poderia impulsionar a inflação e, assim, colocar em risco as metas do governo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O risco-país brasileiro – espécie de ‘termômetro’ da confiança dos investidores externos no país, calculado pelo banco JP Morgan – subiu 2,24%, para 958 nesta quarta. O C-Bond, principal título brasileiro negociado no exterior, subiu 0,41%, negociado a 75,1 % de seu valor de face.

No mercado paralelo de São Paulo, o dólar paralelo fechou em alta de 0,76%, cotado a R$ 2,60 na compra e R$ 2,64 na venda. O dólar turismo foi negociado a R$ 2,49 na compra e R$ 2,58 na venda, com valorização de 0,78%.