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ONU avalia seu papel no século XXI
Da AFP
06/12/2003 | 17:29
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Um grupo de ex-dirigentes internacionais reunidos pelo secretário-geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, avalia neste fim de semana o papel que deverá ter a ONU para se adaptar às realidades do século XXI.

A organização internacional ficou profundamente afetada pela guerra no Iraque, assim como pelos atentados contra sua sede em Bagdá e Annan estima que o sistema da ONU está precisando de uma mudança.

A ONU, diz o secretário, precisa redefinir seu papel para levar em conta o novo ambiente político internacional e os problemas de segurança surgidos nos últimos anos.

Esta comissão é presidida pelo ex-premiér tailandês Anand Panyarachun e nela participam os ex-primeiros-ministros russo Eugueni Primakov e norueguês Gro Harlem Brundtland, o secretário-geral da Liga Àrabe Amr Mussa, e o ex-ministro chinês das relações exteriores Qian Qichen.

Brent Scowcroft, conselheiro de segurança nacional do ex-presidente George Bush, também integra o grupo.

Eles devem apresentar recomendações sobre uma das questões mais difíceis que se coloca na ONU: como reformar suas principais instituições, inclusive o conselho de segurança, cujas função e estruturas pouco evoluíram desde a criação da entidade.

"Estamos diante de uma encruzilhada", disse sexta-feira Panyarachun após uma reunião com Annan, na sede da ONU, em Nova York.

"Devemos nos concentrar nas causas fundamentais do fracasso do sistema da ONU em tomar medidas coletivas e dar respostas coletivas às ameaças da paz e da segurança", explicou.

A decisão dos Estados Unidos de iniciarem uma guerra contra o regime de Saddam Hussein, apesar da oposição da maioria dos membros da ONU, reforçou as dúvidas que muitos tinham já sobre a credibilidade da organização.

Esta sofreu também outro golpe com o atentado contra sua sede em Bagdá que custou a vida ao representante do secretário-geral para o Iraque, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello e 21 de seus colaboradores. Os dirigentes da ONU foram questionados por este atentado em um severo informe sobre as falhas de segurança.

Uma das principais tarefas da comissão será definir como pode agir a ONU para agir em um mundo cada vez mais dominado por uma única superpotência, onde o terrorismo não hesita em atacar alvos fáceis, como organizações de assistência internacional.

A comissão deverá fazer propostas sobre o espinhoso tema da reforma e da ampliação do conselho de segurança da ONU, dominado pelos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha).

Estima-se também que a comissão pode recomendar critérios universais para definir as ameaças contra a segurança internacional, para evitar confrontos e tensões provocados pela ofensiva militar americana contra o Iraque. Igualmente pode propor reformas à assembléia geral da ONU, que dispõe de poder orçamentário.

"O mandato que recebemos é amplo", diz Panyarachun. "Mas não poderemos dar respostas a tudo e deveremos nos dedicar aos verdadeiros problemas imediatos", acrescentou.




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