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Escola Ambiental: projeto é suspenso em São Bernardo
Juliana de Sordi Gattone e Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
13/02/2007 | 22:24
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Pelo menos por 15 dias, o projeto da Escola de Educação Ambiental de São Bernardo está paralisado. O anúncio foi feito terça-feira pelo prefeito William Dib (PSB) e pelo secretário especial de Ações Voltadas à Comunidade, Admir Ferro, que suspenderam a assinatura do contrato com a empresa vencedora da licitação.

O motivo, segundo Dib, foi o envio de duas propostas de técnicos ambientais que podem acabar com a polêmica da retirada de 341 árvores para a implantação do prédio da escola, a ser construído em área da Chácara Silvestre.

Sabe-se, no entanto, que o corte de árvores provocou indignação na população e várias entidades se organizaram para elaborar abaixo-assinado de protesto contra esse desmatamento.

Em reportagem publicada pelo Diário na segunda-feira, o prefeito chegou a admitir que desistiria do projeto caso a população não o quisesse. Terça-feira, no entanto, avisou que fará a Escola Ambiental de qualquer jeito. “Decidi, então, dar três alternativas para os técnicos apontarem a mais apropriada. E isso deve acontecer em 15 dias”, avisa o prefeito.

Alternativas - A primeira delas é tentar alocar a escola em outra área da chácara onde não seja preciso cortar árvores. Nesse caso, seria necessário um novo projeto. Outra hipótese é estudar o replantio das 341 árvores. Mas há um porém: a topografia do terreno causa dificuldade para o trabalho. “É isso que os técnicos terão de avaliar. Porque não adianta replantar sem haver garantia de sobrevivência das espécies”, alerta Dib.

Por fim, a busca por outro terreno – alternativa que menos agrada à Prefeitura. “Aí, teremos de achar local com características ambientais similares, com fácil acesso e muito verde. Não adianta construir no cimento, queremos uma extensão da sala de aula. Além disso, teríamos o custo da desapropriação”, avisa Ferro.

Outro empecilho para a mudança de local é a construção do circuito das águas. Segundo o secretário, a proposta caberia na chácara e serviria para instruir as crianças quanto ao processo de abastecimento.

Para o prefeito, a alternativa de replantio das árvores é melhor do que a utilização de mudas, previstas no projeto original. “Vamos investir em árvores adultas. E, para mim, não interessa se vai encarecer o empreendimento. Até porque será pouca diferença. O importante é pensarmos no processo ambiental”, avalia Dib.

Proposta - Questionado sobre as reivindicações populares e de entidades de proteção ambiental contra a retirada das árvores, o secretário Admir Ferro diz não condenar essas ações. “Isso é legítimo. Assim como é legítima a compensação e a construção dessa escola.”

O projeto atual prevê a compensação das árvores: 15 mudas para cada espécie derrubada e 10 mudas para cada eucalipto retirado. Segundo Ferro, a compensação dessa espécie não é contemplada por lei e, por isso, seria um bônus. Com a possibilidade do replantio, o uso de mudas já foi descartado.




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