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Associações de moda querem trabalhar juntas contra a anorexia
Da AFP
25/01/2007 | 16:26
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As associações de moda de França, Itália, Estados Unidos e Grã-Bretanha decidiram fazer uma reflexão sobre a magreza excessiva das modelos, organizada por iniciativa das autoridades de seus respectivos países, anunciou nesta quinta-feira, em Paris, a Federação francesa de Alta-costura.

"Não temos necessariamente o mesmo ponto de vista, mas estamos bastante próximos uns dos outros. Estamos de acordo em que não se trata de um problema de regulamentação, mas de informação", disse o presidente da federação, Didier Grumbach.

As quatro organizações se reuniram na quarta-feira, em Paris, onde se celebram desde segunda-feira os desfiles de alta-costura, para tratar do tema. "Decidimos coordenar nossa ação e avançar no mesmo sentido", disse Grumbach.

A anorexia "é um problema grave frente ao qual não podemos ser insensíveis, e é suficientemente complexo para que seja feita uma reflexão coletiva" sob os auspícios do Ministério da Saúde, segundo a Federação francesa de Alta-costura, que anunciou que "vai participar do grupo de reflexão do Ministério da Saúde junto com outras associações".

O ministro francês da Saúde, Xavier Bertrand, anunciou na segunda-feira a criação em breve de um grupo de trabalho sobre a imagem corporal, cuja missão será apresentar recomendações com relação ao problema da anorexia.

O mundo da moda é sacudido há meses por uma polêmica sobre a magreza excessiva e a saúde das modelos, após a morte no ano passado de duas delas: a uruguaia Luisel Ramos, de 22 anos, que sofreu um ataque cardíaco em plena passarela em agosto, e a brasileira Ana Carolina Reston, de 21 anos, morta em novembro vítima de uma infecção generalizada causada por sua debilidade extrema.

A Passarela Cibeles, a Semana da Moda de Madri, decidiu em setembro barrar as modelos que não tivessem índice de massa corporal mínimo para estar em boa saúde, a partir de 18,5, segundo a OMS.

No entanto, o Conselho de Moda Britânico (BFC, na sigla inglês) informou nesta quinta-feira sua recusa a barrar modelos magras demais das passarelas.

O anúncio do BFC ocorre duas semanas antes do início da Semana de Moda de Londres, apesar das proibições impostas em Madri e Milão, e dos apelos para que a Grã-Bretanha tomasse a mesma medida.

O BFC informou que manterá sua recusa de exigir que as modelos obedeçam a padrões específicos, mas que criará uma força-tarefa com especialistas em desordem alimentar para promover uma imagem corporal saudável nas mulheres.

"Acreditamos que a regulamentação não é desejável, nem obrigatória", informou o BFC em um comunicado.

"O que fará diferença é o compromisso da indústria da moda em mudar atitudes através do comportamento e da educação", acrescentou a organização, seguindo uma medida adotada pelo Conselho de Estilistas de Moda da América (CFDA, na sigla em inglês), criador da Semana da Moda de Nova York, que decidiu este mês não proibir modelos abaixo do peso, embora tenha pedido mais educação sobre distúrbios alimentares.




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