Após participar de ato oficial em Diadema, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou para o Rio de Janeiro onde, à noite, participou do primeiro evento de campanha ao lado de sua candidata, Dilma Rousseff (PT). Na ocasião, lula ressaltou que há "premeditação" para que seja afastado da campanha da ex-ministra.

"Há uma premeditação de me tirarem da campanha política para não permitir que eu ajude a companheira Dilma a ser a presidente da República deste País. Na verdade, o que eles querem me inibir para fingir que eu não conheço a Dilma", afirmou.

O presidente afirmou que não é "homem de duas caras" para fingir que não conhece a candidata do PT. Ele criticou a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, a quem chamou de "uma procuradora qualquer", por ela sugerir limitações impostas pela legislação eleitoral à sua atuação na divulgação da candidata.

E, como de costume, usou analogias para elogiar Dilma. "Tenho certeza que você pode fazer muito por este Brasil. E com a força e a vontade deste povo, seja a futura presidente deste País, para que o Brasil experimente pela primeira vez que a mulher não é objeto de cama e mesa, que a mulher é um ser político e que pode fazer mais e melhor do que fizemos durante 500 anos neste País."

Ainda durante o comício, Lula afirmou que sua amizade por Dilma é recente. "Vou dizer do fundo da minha alma: não tinha amizade por essa mulher até pouco tempo antes de entrar na Presidência. Ela ganhou a minha confiança. Ao indicar a Dilma é como se eu colocasse as minhas duas mãos no fogo, a minha alma em jogo. Sei da competência dela."

Dilma, que falou depois do presidente Lula, prometeu investir em habitação, principalmente em reurbanização de favelas. A petista também criticou seu principal adversário, José Serra (PSDB), ao falar da escolha do vice na chapa tucana, o deputado federal Indio da Costa (DEM), escolhido após tumultuada disputa entre PSDB e DEM. "Eu tenho um vice-presidente que não é improvisado", afirmou, referindo-se ao deputado federal Michel Temer (PMDB-SP).

CHUVA - As centenas de placas e milhares de bandeiras espalhadas ao redor da Igreja da Candelária, no centro do Rio, eram a mostra de que foi pequena a mobilização para a primeira caminhada e comício da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. Cerca de 6.000 pessoas, de acordo com a Polícia Militar, encararam a chuva fina que caia sobre a cidade para prestigiar o evento.

A petista chegou 45 minutos depois do horário previsto e percorreu apenas metade do trajeto esperado, entre a Candelária e a Cinelândia. A caminhada provocou o fechamento da principal via do centro do Rio, a Avenida Rio Branco, e todas as ruas adjacentes. O trânsito ficou um caos e muita gente não pôde pegar o ônibus para voltar para casa.

A chuva passou a cair mais forte, o que esvaziou ainda mais a Cinelândia. Militantes que carregavam bandeiras dos partidos aliados eram quem resistiam no local. Alguns confirmaram que estavam ali porque recebiam dinheiro para isso.