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CPI da Alerj fecha cerco em torno de Waldomiro Diniz
24/06/2004 | 23:28
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A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro) fecha o cerco para tentar provar que o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz recebeu propina no período em que ocupou a presidência da Loterj (Loteria Estadual do Rio), de fevereiro de 2001 a dezembro de 2002.

Na quarta-feira, a CPI pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a quebra de sigilo bancário de Waldomiro, negada em primeira instância. Até o dia 30, o empresário Sergio Canozzi deverá prestar depoimento. O ex-secretário Nacional de Segurança Pública Luiz Eduardo Soares disse à CPI ter sido procurado pelo empresário - que definiu como "corruptólogo" - para montar um "esquema muito melhor do que o do Waldomiro", que arrecadaria "R$ 300 mil por mês dos bingos". Para convocar Canozzi, os deputados chegaram a publicar um edital em jornais do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, na semana passada.

Após a acareação entre Waldomiro e o empresário do jogo, Carlos Augusto Pereira Ramos, o ‘Carlinhos Cachoeira’, na semana passada, o presidente da CPI, deputado Alessandro Calazans (PV-RJ), anunciou a intenção de pedir a prisão de Waldomiro por corrupção ativa e passiva e por fraudes na Lei de Licitações (lei nº 8.666). Apesar dos indícios de crimes, os deputados ainda não encontraram prova de que o ex-presidente da Loterj tenha recebido efetivamente a propina pedida.

Uma fita de vídeo mostra Waldomiro pedindo 1% de propina para Cachoeira, além de contribuições ilegais para campanhas eleitorais dos candidatos aos governos de Brasília e Rio de Janeiro Geraldo Magela (PT-DF), Rosinha Matheus (PMDB-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ).

Sigilo - Outra esperança de recolher evidências para que a investigação não seja arquivada por falta de provas é a quebra do sigilo bancário do ex-presidente da Loterj. No dia 8 de junho, a juíza da 5ª Vara da Fazenda Pública do Rio, Jaqueline Montenegro, julgou o pedido inconstitucional. A CPI recorreu ao STF, com uma ação de constitucionalidade, que cita, inclusive, outros casos de CPIs estaduais que conseguiram obter informações bancárias com autorização judicial. A ação foi distribuída nesta quinta-feira para o ministro Joaquim Barbosa.

Calazans disse precisar da quebra do sigilo bancário para verificar se a movimentação financeira de Waldomiro no período investigado é compatível com o salário que recebia.




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