As conversações entre Estados Unidos, Coréia do Norte e a China, iniciadas em Pequim na quarta, terminaram um dia antes do previsto – encontro seguiria até sexta-feira. O anúncio do término da reunião foi feito pelo secretário de Estado americano, Colin Powell, que advertiu Pyongyang que Washington não responderá às ameaças. Nesta quinta, comunicado do governo norte-coreano exortava os EUA a mudarem sua "política hostil".

Powell afirmou que as conversações acabaram, mas que funcionários americanos e chineses poderão continuar com o diálogo na sexta-feira mesmo sem a participação da Coréia. Segundo a rede americana CNN, os representantes norte-coreanos pediram um encontro 'particular' com o secretário adjunto de Estado dos EUA, James Kelly, sem a presença chinesa, que chefia a delegação americana, mas não tiveram resposta.

Ao anunciar o fim das negociações, Powell advertiu Pyongyang contra novas ameaças. "Essa série de discussões que aconteceram em Pequim não deve deixar a menor impressão de que os Estados Unidos, seus sócios e as nações da região se sentirão intimidados por declarações belicosas, ameaças ou ações que atrairão maior atenção ou que nos obrigarão a fazer concessões que, de outra forma, não faríamos", afirmou.

"Os EUA devem mostrar uma mudança em sua política hostil com relação à Coréia do Norte. Esse é o ponto chave para tornar as conversações frutíferas", publicou a agência de notícias oficial KCNA, em um informe que os analistas garantem ter sido emitido pela cúpula do governo. Poweel respondeu: "Teríamos de estar muito mal assessorados para seguir por esse caminho (das concessões)", disse o secretário.

Powell disse que as três partes apresentaram "posições fortes" durante as conversas destinadas a apaziguar a crise nuclear na península coreana. "Foram apresentadas posições fortes, os norte-coreanos apresentaram seus pontos de vista com vigor, assim como fizeram os chineses e os Estados Unidos", disse Powell num discurso perante o Conselho EUA-Ásia-Pacífico.

"As partes voltarão para suas capitais e avaliarão o que foi discutido, analisarão as propostas apresentadas pelas partes e determinarão qual será o próximo passo", disse Powell. Ele sublinhou que a reunião não tinha a intenção de resolver nenhum tema de preocupação, mas também se tratava de encontros preliminares.

"Esta é uma reunião preliminar", disse "não havia nenhuma intenção de resolver nenhum tema neste encontro", afirmou. "Era um caminho para que numa reunião multilateral, os três países que têm um grande interesse neste problema trocassem opiniões e ouvissem uns aos outros", disse.

"O que ficou absolutamente claro na reunião é que há unidade na comunidade de que não devemos permitir que a península se transforme num país nuclear", encerrou o secretário.