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Homicídios crescem na região no 1º trimestre
Evandro de Marco
Tiago Dantas
14/04/2010 | 07:56
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O número de homicídios registrados no Grande ABC nos três primeiros meses deste ano cresceu 3,75% em relação ao mesmo período de 2009. Houve aumento de 80 para 83 casos, segundo dados obtidos pelo Diário. Santo André foi a cidade com maior ocorrência de assassinatos no período - 29. Já São Caetano e Rio Grande da Serra não tiveram casos até 31 de março.

A maior variação foi notada em Ribeirão Pires, onde o número de homicídios cresceu quase três vezes. A delegacia da cidade registrou oito casos no primeiro trimestre de 2010 contra três mortes do ano anterior. Um dos casos foi o assassinato do operador de máquinas Humberto Márcio Pedroso de Síbia, 35, morto pelo investigador Márcio Henrique Amaro de Souza, 45, no dia 31, ao se perder no caminho para uma festa.

Santo André registrou aumento de 15 para 29 ocorrências. Para o delegado seccional de Santo André, José Emílio Pescarmona - que assumiu o cargo no fim de fevereiro e também é responsável por Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra -, "é preciso avaliar as áreas, motivações e circunstâncias em que aconteceram esses crimes."

Pescarmona acredita que os números fugiram da média em janeiro, quando foram registrados 14 homicídios. No mesmo mês do ano passado, foram seis ocorrências. "Por outro lado, tivemos redução de quase 100% no número de latrocínios na cidade. E outros crimes também caíram comparando os dois trimestres", avalia.

Dos 29 homicídios de Santo André, 18 aconteceram na região patrulhada pelo 41° Batalhão da Polícia Militar, que atende a área que se estende da região central à divisa com Mauá e São Bernardo. Os outros 11 assassinatos aconteceram na área do 10° Batalhão, responsável pela segurança entre o bairro Jardim e São Caetano, a divisa com o bairro Rudge Ramos, em São Bernardo, e a parte superior da Avenida dos Estados.

Em Diadema, houve aumento no número de casos de 13, no primeiro trimestre de 2009, para 22, no mesmo período deste ano. A cidade de São Bernardo registrou queda de 13% na taxa de homicídios, reduzindo os índices deste tipo de crime de 23 para 20.

Números caem 78% em Mauá em relação ao ano passado

No primeiro trimestre deste ano, São Caetano e Rio Grande da Serra não tiveram nenhum registro de homicídio. Em Mauá, a estatística despencou 78%, caindo de 18 casos para quatro, na comparação entre os três primeiros meses de 2009 e o mesmo período de 2010. No ano passado, duas chacinas com cinco mortos impulsionaram os números da cidade.

Para o delegado titular da Delegacia Sede de Mauá, José Rosa Incerpi, a queda considerável aconteceu devido "às ações de inclusão social, feitas até mesmo pelo Diário (Diário do Grande ABC nos Bairros), aliadas à proibição de funcionamento de bares na cidade depois das 23h e às operações entre as polícias Civil e Militar e a Guarda Civil Municipal visando a apreensão de armas e o combate ao tráfico de drogas." Dos quatro homicídios deste ano, dois foram cometidos com facas, segundo Incerpi.

A diminuição dos homicídios em Mauá e Rio Grande da Serra serviu para contrabalancear os números de Santo André e Ribeirão Pires - outros dois municípios que compõem a Delegacia Seccional de Santo André. O índice das quatro cidades se manteve em 41, igual ao registrado no primeiro trimestre do ano passado. EM

Polícia pretende combater armas, álcool e drogas

O aumento no número de homicídios foi assunto de reunião entre os delegados seccionais e os comandantes da Polícia Militar do Grande ABC ontem. Armas, álcool e drogas devem ser combatidos para ajudar a diminuir as estatísticas, na opinião do coronel José Luís Martins Navarro, comandante da Polícia Militar na região.

"Estamos com uma operação para preservação da vida", declarou o coronel. "O homicídio gira em torno de três fatores: uso de bebida alcoolica, entorpecente ou motivação passional. As apreensões de drogas estão crescendo mês a mês. Também temos visado tirar de circulação as armas de fogo", completa Navarro.

O policial cita a experiência de Diadema, onde o fechamento dos bares antes das 22h contribuiu para reduzir os assassinatos. "Não podemos pedir o fechamentos dos bares, mas podemos patrulhar a vizinhança", diz.

O coronel informou que pretende intensificar a presença da polícia em rotas para bairros utilizados para enterrar corpos clandestinamente e valorizou a parceria com a Polícia Civil."O crime passional já foge ao nosso controle. Não precisa ter ficha criminal para cometê-lo. É um momento de perda da razão", afirma.




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