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Rebelião sem precedentes do partido presidencial contra a guerra no Iraque
Da AFP
25/01/2007 | 17:32
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, enfrenta uma rebelião sem precedentes dentro de seu próprio partido, onde predomina o ceticismo motivado por sua nova estratégia para o Iraque.

E para o historiador John Mueller, da Universidade de Ohio, "isso é só o começo". De fato, a proximidade das eleições presidenciais de 2008 depois do fracasso das legislativas de novembro passado levam um número crescente de congressistas a ostentar desejos de independência.

A insatisfação com a política para o Iraque chegou agora ao partido Republicano, depois de ter contaminado quase todo o partido Democrata.

O republicano John Warner, ex-presidente da comissão das forças armadas do Senado, se juntou aos céticos.

Warner vinha simbolizando a linha da responsabilidade nos últimos quatro anos. Ele nunca duvidou em enfrentar a Casa Branca para impor o respeito às Convenções de Genebra sobre o tratamento dos prisioneiros em tempos de guerra, mas sempre garantiu seu apoio aos militares.

Na noite de quarta-feira, este cacique republicano emitiu um projeto de resolução para expressar o "desacordo" do Senado com o envio de 21.500 militares suplementares ao Iraque.

Mais moderado que um texto concorrente aprovado quarta-feira pela comissão das Relações Exteriores do Senado que considera o novo plano de Bush como "contrário ao interesse nacional dos Estados Unidos", o projeto tem grandes chances de ser aprovado pelo Senado na próxima semana. Ele já conta com o apoio oficial de pelo menos três outros republicanos e de seis democratas.

Segundo o comentarista Robert Novak, a lealdade com a Casa Branca está em queda. Ele citou nesta quinta-feira um influente parlamentar republicano anônimo, para quem "o presidente e seus súditos estão desconexos, e não conseguem entender o que aconteceu" nas eleições de novembro.

Neste contexto, a política de mão estendida apresentada terça-feira pelo presidente Bush durante o discurso sobre o Estado da União parece fadado ao fracasso, apesar da multiplicação dos encontros organizados pela Casa Branca: "Após uma reunião de três horas com funcionários de alto escalão, três entrevistas e várias audiências, estou tão cético como antes do impacto do plano Bush sobre nossa segurança nacional", destacou na quarta-feira o senador republicano George Voinovich.

Apesar deste isolamento, o vice-presidente Dick Cheney insiste em que a Casa Branca não vai modificar sua política. "Todo esse debate sobre o Iraque pode validar a estratégia dos terroristas, para quem nós não somos preparados para o combate. É essa a maior ameaça", afirmou ele à rede CNN na quarta-feira.

O argumento ainda é válido para alguns congressistas da ala mais conservadora. "O pior que se poderia fazer no Congresso seria minar a autoridade do presidente no cenário internacional. Aprovar uma resolução (criticando sua estratégia) enviaria um péssimo recado", considerou a senadora texana Kay Bailey.




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