Cerca de 200 estudantes da UFABC (Universidade Federal do ABC) realizaram ontem passeata em apoio à greve nacional dos professores das federais. Nem o frio e a garoa impediram os manifestantes de seguir, por volta das 13h30, da Avenida dos Estados, onde fica o campus, até o Paço de Santo André. Munidos de cartazes e apitos, chamavam a atenção para o tema.

O movimento contou com carro de som, duas viaturas policiais e coro ensaiado. "O professor é meu amigo. Mexeu com ele, mexeu comigo", foi um dos cantos entoados pelos alunos grevistas. Além disso, uma mão verde no rosto dos manifestantes tinha intenção de simbolizar inconformismo com a situação dos docentes, explicou Bruna Ferraz Braga, 18 anos. "O governo está dando tapa na cara dos alunos", disse a manifestante.

Em greve desde terça-feira, estudantes da instituição federal de Ensino Superior ainda trabalham na elaboração de pauta de reivindicações. Enquanto isso, reúnem-se diariamente e mantêm apoio aos docentes. "Depois de o ministro da Educação (Aloizio Mercadante) sinalizar que não haverá acordo, estamos ao lado dos professores", destaca a presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes), Josiane Manteiga de Oliveira.

GREVE

Iniciada em 17 de maio, a greve dos docentes do Ensino Superior federal tem por objetivo a reestruturação do plano de carreira. A proposta é para divisão dos professores em 13 níveis remuneratórios, com variação de 5% entre eles a partir do piso de 20 horas correspondente ao salário-mínimo do Dieese - R$ 2.329,35. Até o momento, 51 instituições federais aderiram ao movimento, sendo que em 30 delas os docentes receberam apoio dos alunos.

Na região, UFABC e o campus Diadema da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), estão parados. São 12 mil alunos sem aulas e 630 docentes de braços cruzados.