Política Titulo Saúde
Moradores de São Bernardo cobram a volta do Pronto-Socorro Central

Novo Hospital de Urgência foi projetado para substituir o HPSC, mas gestão de Orlando mantém pronto atendimento de portas fechadas

Artur Rodrigues
18/06/2023 | 07:15
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Nario Barbosa

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Moradores que dependem da rede pública de saúde de São Bernardo cobram o prefeito Orlando Morando (PSDB) a volta do Pronto-Socorro Central, que deu lugar ao novo Hospital de Urgência, no Centro. O vereador Julinho Fuzari (PSC) disse ao Diário que tem recebido inúmeras reclamações em seu gabinete pedindo para que providências sejam tomadas em busca da retomada do pronto atendimento no equipamento, o que levou o parlamentar a enviar um ofício à Prefeitura junto à Secretaria da Saúde, comandada desde 2017 por Geraldo Reple Sobrinho, pedindo a reabertura do Pronto-Socorro Central. 

"Um hospital daquele tamanho não pode ter a porta fechada para pronto atendimento. O nosso antigo Pronto-Socorro Central estava velho, sim, mas era uma referência de pronto atendimento no Grande ABC. Estamos oficiando a Prefeitura para que ela devolva o nosso pronto-socorro", declarou o parlamentar, que informou que acionará o Ministério Público caso não receba uma resposta do Executivo. 

Nos últimos dois meses, a reportagem do Diário esteve em pelo menos 12 unidades de saúde, entre UPAs (Unidade de Pronto Atendimento), UBS (Unidade Básica de Saúde) e hospitais, e ouviu o clamor de moradores para que a Prefeitura torne o Hospital de Urgência o novo Pronto-Socorro Central. 

"O atendimento na UPA poderia ser mais rápido se não estivesse absorvendo todas as demandas. A agilidade era muito maior quando tinha o Pronto-Socorro Central. Hoje temos que aguardar umas cinco horas na UPA para sermos atendidos, isso quando não está tão cheia", comentou um morador que utiliza a UPA Silvina/Ferrazópolis. 

O prédio de sete andares que recebe apenas os pacientes encaminhados pelas UPAs ocupa área de 23.000 m² e foi construído onde ficava o estacionamento do antigo Pronto-Socorro Central. A Prefeitura de São Bernardo investiu R$ 127,6 milhões na construção do novo equipamento. 

A partir do momento que a Prefeitura tira o pronto-socorro do Hospital de Urgência, a origem dos recursos investidos na construção perde a finalidade. Eu era vereador quando o projeto chegou à Câmara, nós aprovamos o empréstimo para a construção do novo equipamento que teria exatamente os mesmos atendimentos do Pronto-Socorro Central", informou Fuzari. 

O Hospital de Urgência foi projetado ainda na gestão de Luiz Marinho (PT) e estabelecia que o novo espaço seria o novo Pronto-Socorro Central. No entanto, a gestão de Orlando, que finalizou a obra em 2020, transformou em um hospital de porta fechada para pronto atendimento. Isso tem dificultado o acesso de pacientes que precisam de atendimento de urgência e emergência. A situação tem se agravado com os problemas enfrentados pela rede de saúde do município nos últimos meses, como o fechamento de três alas e 110 leitos no HC (Hospital de Clínicas), interdição de UBS com risco de desabamento, consultório improvisado na comunidade Mil e Hum, no Jardim Laura, bairro da extrema periferia de São Bernardo, no Grande Alvarenga, entre outros obstáculos encontrados pelos moradores do município e denunciados pelo Diário. 

"Nós não podemos nos queixar dos funcionários das UPAs, são ótimos e fazem até mais do que podem. A falta do Pronto-Socorro Central é um efeito dominó, interfere nas UPAs, interfere nos médicos e nos pacientes. E muitas vezes os médicos encaminham para o Hospital de Urgência ou para o HC, mas nunca tem vaga", disse um usuário da UPA União/Alvarenga. 

Questionada sobre a situação, a Prefeitura não respondeu.




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