Depois que altos níveis de arsênico foram descobertos em amostras de cabelo retiradas do corpo de Napoleão, historiadores insistiam que ele havia sido envenenado na ilha de Santa Helena. Esta seria uma prova de conspiração.

No entanto, um novo estudo sugere que Napoleão foi exposto pelo menos três vezes ao material tóxico, que provavelmente não teria provocado a sua morte. Ele foi mandado para o exílio depois de ser derrotado na Batalha de Waterloo, em 1815, e morreu em maio de 1821, ainda no exílio.

Na época, a causa da morte foi atribuída a um câncer de estômago em decorrência de uma úlcera que Napoleão cultivava há muito tempo.

Um dos companheiros do general francês, conde Charles Montholon, é o principal suspeito de ter causado sua morte. Ele teria matado Napoleão por ordem dos britânicos, que desejavam a sua morte porque ele ainda tinha muita influência na Europa, mesmo depois do exílio.

Uma nova análise em amostras do cabelo do imperador, retiradas em 1805, 1814 e 1821, mostra que nas três amostras foram encontrados altos níveis de arsênico, o que enfraquece a hipótese de que Napoleão tenha sido envenenado.

Um dos peritos que analisaram o cabelo disse que se o arsênico tivesse sido a causa da morte de Napoleão, ele teria morrido três vezes mesmo antes de ir a Santa Helena. Pelo modo com que o arsênico é absorvido pelo cabelo, é impossível dizer em que momentos Napoleão teve mais contato com o veneno, completou.

Os cientistas, no entanto, não souberam explicar como Napoleão foi tão exposto ao arsênico. Autoridades francesas até hoje resistem em conceder uma permissão de exumação do corpo, para que o mistério seja esclarecido.

A BBC utilizou informações da revista Science et Vie (Ciência e Vida), que publicou a análise.