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Lula garante universidade no Grande ABC e expansão do Pólo Petroquímico
Eduardo Merli
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
18/05/2004 | 22:02
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça a criação da universidade federal no Grande ABC e a participação da Petrobrás no projeto de expansão do Pólo Petroquímico de Capuava, localizado na divisa entre Santo André e Mauá. Os dois projetos são reivindicados há décadas pelos agentes políticos e econômicos da região, que receberam a notícia com entusiamo.

Lula recebeu no Palácio do Planalto os prefeitos das sete cidades, quatro deputados federais da região, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho e o presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jair Meneguelli.

A reunião deveria durar 20 minutos, mas o clima de descontração prorrogou o final por mais uma hora. Lula prometeu investimentos no Grande ABC proporcionais à contribuição que a região dá à economia do país.

“A região do ABC é de uma potencialidade reconhecida. É um aglomerado populacional imenso e dá uma contribuição econômica muito grande ao país. A região passa por dificuldades por causa das transformações sofridas pela economia nos últimos anos. É natural que o Estado dê a sua contrapartida com a criação da universidade federal e incentive a expansão do Pólo Petroquímico do ABC que é o mais antigo do país”, disse Lula.

O presidente lembrou que as empresas do Pólo Petroquímico já se prontificaram em fazer o investimento de cerca de R$ 1,1 bilhão. “Portanto” – disse ele – “nada mais natural que a Petrobrás amplie a oferta de matéria-prima.”

A criação de uma universidade pública gratuita foi solicitada durante anos ao governo estadual. Mas a expectativa dos políticos locais foi frustrada quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou a construção de um campus da Universidade de São Paulo na zona Leste da Capital. Com a eleição do presidente Lula, viram a chance de concretizar o sonho.

A expansão do Pólo Petroquímico é a única chance de tornar o parque industrial mais antigo do segmento em condições de competir com novos pólos, mais avançados, distribuídos pelo país. O sinal verde do governo é necessário porque está nas mãos da Petrobrás o controle da matéria-prima que alimentaria a expansão. Apesar da disposição política do governo, a negociação esbarra na divergência comercial em torno do preço do gás.

Prefeitos das sete cidades, parlamentares, sindicalistas e empresários que foram recebidos pelo presidente comemoraram a decisão, mas reconheceram a necessidade de intensificar a articulação política para transformar o empenho político em realidade. Lula recebeu os prefeitos acompanhado dos ministros da Educação, Tarso Genro, e das Minas e Energia, Dilma Roussef, que ficaram encarregados de acompanhar os próximos passos das operações.

A prefeita de Ribeirão Pires e presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Maria Inês Soares (PT), classificou de “histórica” a decisão anunciada pelo presidente.

Além dela participaram do encontro os prefeitos de Santo André, João Avamileno (PT), de São Bernardo, William Dib (PSB), de São Caetano, Luiz Olinto Tortorello (PTB), de Diadema, José de Filippi Júnior (PT), de Mauá, Oswaldo Dias (PT) e de Rio Grande da Serra, Ramon Velasquez (PT).

A bancada federal do Grande ABC composta por petistas compareceu em bloco ao encontro. Lá estavam o líder do governo na Câmara, Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho (PT), de Santo André, Ivan Valente, de São Caetano, Wagner Rubinelli, de Mauá e Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, pré-candidato a prefeito de São Bernardo. Os quatro parlamentares estavam empenhados desde o início do governo com a criação da universidade federal. Eles articularam encontros com os ministros da Educação Cristóvam Buarque e Tarso Genro, promoveram atos de apoio e listas de assinaturas.

Ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC mas ainda hoje um dos principais articuladores dos interesses da região junto ao governo federal, o atual presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, esteve na reunião acompanhado de representantes do Sindicato dos Químicos do ABC. Além dele, também o presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jair Meneguelli, cuja base política fica em São Caetano.

O empresário Roberto Dias Garcia representou o interesse dos empresários no encontro. Ele é presidente do grupo Unipar, o maior acionista do Pólo Petroquímico de Capuava. Também estavam presentes o vice-presidente do mesmo grupo e dirigente da Polietilenos União, Vítor Mallman e o superintendente da Petroquímica União, Wilson Matsumoto.




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