O Banco Central interveio pela segunda vez em dois dias no mercado de câmbio para segurar a cotação do dólar comercial, que voltou a bater o recorde do plano real na manhã desta sexta-feira. O BC colocou à venda R$ 2 bilhões em títulos cambiais (NBC-E) de 10 meses e conseguiu forçar uma baixa na cotação da moeda dos EUA. Estima-se que o BC tenha conseguido vender cerca de US$ 200 milhões. O dólar comercial fechou cotada a R$ 2,313 para compra e R$ 2,316 para venda.

Durante a manhã desta sexta, o dólar chegou a operar em R$ 2,370 para a compra e R$ 2,372 para a venda - alta de 1,02% -, batendo outra vez a maior cotação desde 1994. Na véspera, quinta-feira, o Banco Central teve de intervir no mercado para evitar uma disparada da moeda norte-americana, leiloando R$ 1 bilhão em títulos cambiais.

Mesmo com o esfriamento da crise política em Brasília, com a renúncia de José Roberto Arruda (sem partido-DF) e a intenção manifestada de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) em fazer o mesmo, a crise energética e as incertezas com relação à economia argentina continuam a detonar a expansão do câmbio.

O mercado de câmbio pede segurança (“hedge”) ao BC há tempos, devido aos fatores externos e internos, principalmente a crise econômica argentina. A proteção aos investidores tem sido feita por meio de leilões de papéis cambiais.

Bolsas — Também por causa da “swap”, troca operação de troca de títulos da dívida do país, a Bolsa de Valores de São Paulo também não teve um bom desempanho durante o dia e fechou em baixa de 1,46%.

As bolsas americanas encerraram o dia em leve queda. O índice Nasdaq fechou em baixa de 1,36% e o Dow Jones com perdas de 1,05%.