Se o São Paulo entra em campo neste domingo contra a desconfiança da sua torcida e de alguns dirigentes do clube, o Santo André terá, como determinou o técnico Luiz Carlos Ferreira, “um sistema tático de coragem”. As duas equipes vão em busca da classificação às quartas-de-final do Campeonato Paulista às 16h (ESPN), no Morumbi. Um empate passa os dois times à outra fase.

A necessidade de uma vitória para tranqüilizar o ambiente levou o presidente Marcelo Portugal Gouvêa ao centro de treinamento para conversar com o elenco. “Contra o Santos, fizemos uma partida excepcional, independente do resultado. Isso mostra que os jogadores podem jogar bem quando querem. Vou procurar saber quais são as causas e tomar medidas drásticas caso sejam necessárias”, disse o dirigente.

Do outro lado, Ferreira só tem elogios ao seu grupo. “Os jogadores estão abastecidos para desenvolverem seu futebol. Estamos confiantes e tranqüilos porque o time vem jogando bem, com muita cumplicidade.”

Com a cabeça no futuro, o time do Morumbi não pode nem pensar em perder a vaga diante de sua torcida. Assim, o técnico Oswaldo de Oliveira procurar acertar a equipe titular, que terá duas alterações. O volante Maldonado será substituído por Júlio Baptista e Júlio Santos entra no lugar de Jean na defesa. “É claro que meu objetivo, como o de todo jogador, é ser titular, mas antes de mais nada quero ajudar o time do São Paulo como puder”, disse Júlio Santos, que não se preocupa com o entrosamento com Régis. Jean e Maldonado cumprem suspensão automática.

O jogo é de fundamental importância para Oswaldo de Oliveira, depois da derrota para o São Raimundo por 2 a 0, pela Copa do Brasil, em Manaus. “Vamos jogar para ganhar, até porque a definição dos classificados por índice técnico deve depender do resultado do nosso jogo”, disse o treinador.

Para Ferreira, a pressão sofrida pelo elenco são-paulino não deve influenciar dentro de campo. “O time vem sendo cobrado desde o Brasileiro, mas não é como no Corinthians. A coisa é mais diplomática. Claro que temos de entrar em campo com os olhos bem abertos porque eles têm grandes jogadores, mas também um lado muito limitado. Em qualquer circunstância seria um jogo difícil.”

O volante Sérgio Soares encara a partida como um grande desafio. “Não é um jogo comum.” Por isso, o jogador entende que, sem a necessidade de vitória para uma das equipes, ninguém pode se arriscar a ficar de fora. “Vamos jogar na vertical, mas, pela experiência que tenho dentro do futebol, depois dos 30 minutos do segundo tempo ninguém vai querer se arriscar muito porque o tempo é curto para se recuperar. É jogar com o regulamento.”